
Em um caso que chocou a comunidade de Salvador, uma mãe desesperada acorrentou o próprio filho, que sofre de esquizofrenia, dentro de casa. A ação, segundo ela, foi a única forma de protegê-lo de possíveis acidentes e da própria agressividade, já que o jovem apresenta crises frequentes.
A situação veio à tona após denúncias de vizinhos, que ouviram gritos e barulhos incomuns na residência. Ao chegar ao local, autoridades encontraram o rapaz acorrentado em um cômodo da casa, sem condições básicas de higiene ou conforto.
Falta de apoio do sistema público
A mãe, que preferiu não se identificar, relatou que tentou diversas vezes buscar ajuda médica e psicológica para o filho, mas esbarrou na falta de estrutura do sistema público de saúde. "Não aguento mais ver meu filho sofrendo. Ele precisa de tratamento, mas não temos condições de pagar por um especialista", desabafou.
Esquizofrenia: um desafio para famílias carentes
A esquizofrenia é um transtorno mental grave que afeta cerca de 1% da população brasileira. Pacientes em crise podem apresentar comportamentos agressivos, alucinações e delírios, necessitando de acompanhamento médico constante.
Especialistas em saúde mental alertam que casos como este refletem a precariedade do atendimento psiquiátrico no Brasil, especialmente nas periferias. "Famílias pobres muitas vezes não têm opção a não ser tomar medidas extremas", explica a psicóloga Maria Silva.
Autoridades tomam providências
O Conselho Tutelar já foi acionado e o jovem foi encaminhado para avaliação médica. A mãe pode responder por maus-tratos, mas defensores públicos argumentam que a situação requer análise cuidadosa do contexto social e econômico da família.
Este caso reacende o debate sobre a reforma psiquiátrica no Brasil e a necessidade de políticas públicas eficientes para atender pacientes com transtornos mentais graves e suas famílias.