
Quase um quarto de século se passou. Vinte e quatro anos de perguntas sem resposta, de uma dor que não cicatrizava. Mas na quarta-feira, 27 de agosto de 2025, a Justiça – lenta, teimosa, mas inexorável – finalmente falou mais alto.
O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) confirmou a condenação de um homem pela morte brutal da própria companheira. O crime, que escandalizou São José de Ribamar em 2001, resultou em uma pena de 14 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, agora em regime inicialmente fechado.
O Longo Caminho até a Sentença
O processo judicial foi uma verdadeira maratona. Iniciado há mais de duas décadas, enfrentou todos os percalços imagináveis do sistema judiciário brasileiro – recursos, prazos, adiamentos. Até que a Segunda Câmara Criminal do TJ-MA, analisando um recurso da defesa, manteve a sentença original.
Os desembargadores foram categóricos. Rejeitaram todos os argumentos dos advogados de defesa e confirmaram a sentença de primeiro grau, decretada pela 2ª Varca Criminal da Comarca de São José de Ribamar. A mensagem foi clara: não há espaço para impunidade em crimes de gênero.
Os Detalhes Sombrios do Crime
Os autos do processo pintam um quadro horrível. Tudo aconteceu em 2001, dentro de uma residência em São José de Ribamar. Uma discussão conjugal, daquelas que infelizmente são comuns em muitos lares, escalou para algo irreversível.
O agressor, em um acesso de fúria incontrolável, desferiu múltiplas facadas na vítima. Um ato de violência extrema que ceifou uma vida e deixou uma família despedaçada. O motivo? Brigas de relacionamento que terminaram em tragédia.
O caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios de São Luís, que na época conseguiu reunir provas suficientes para incriminar o assassino. Mas aí começou outra batalha – a batalha judicial, que se arrastou por 24 longos anos.
Um Alívio Atrasado, mas Necessário
Para a família da vítima, a condenação traz um fechamento amargo. Não existe sentença que devolva uma vida, é claro. Mas existe um certo alívio em ver que o sistema, mesmo com toda a sua morosidade proverbial, eventualmente funciona.
É um lembrete sombrio de que crimes passionais – ou melhor, crimes de ódio disfarçados de paixão – têm consequências. E que a impunidade, por mais que pareça certa em alguns momentos, nem sempre é eterna.
Agora, o condenado cumprirá sua pena no regime fechado. Uma pequena medida de justiça para uma perda imensurável.