Tragédia no interior de SP: Idosa morre após ser esfaqueada pelo neto em surto psicótico
Idosa morta por neto em surto psicótico em Bauru

Não foi um dia qualquer na pacata cidade de Bauru. O que começou como uma manhã comum terminou em tragédia — daquelas que deixam marcas profundas na memória de quem presencia. Dona Maria (nome fictício), 70 anos, vítima de um ataque brutal pelas mãos de quem menos se esperaria: seu próprio neto.

Segundo relatos dos vizinhos — aqueles que ouvem tudo sem querer —, o rapaz de 25 anos já vinha apresentando comportamento errático há semanas. "Ele ficava horas conversando sozinho no quintal", contou uma moradora que preferiu não se identificar. "A gente até comentava que tava estranho, mas nunca imaginei que..." A voz dela some, como se as palavras pesassem demais.

O dia que tudo mudou

Por volta das 10h da manhã, gritos cortaram o silêncio da rua tranquila. Quando a polícia chegou, encontraram a cena que nenhum profissional quer ver: a idosa com múltiplos ferimentos por faca, e o neto em estado de total desorientação — olhos vidrados, falando coisas sem sentido.

Os PMs, treinados mas nunca preparados para isso, contiveram o jovem sem maiores incidentes. "Ele não parecia entender o que tinha feito", revelou um dos oficiais, ainda abalado. Enquanto isso, a vítima foi levada às pressas para o Hospital Estadual de Bauru, mas não resistiu aos ferimentos.

Família entre a dor e a perplexidade

A filha da vítima — mãe do suspeito — chegou a cena quando já era tarde. "Meu Deus, como foi acontecer isso?", repetia entre lágrimas. Aparentemente, o rapaz tinha histórico de problemas psiquiátricos, mas a família jura que ele estava sob medicação. Será que falhou o acompanhamento? Ou o sistema falhou com eles?

Especialistas ouvidos pelo G1 foram enfáticos: "Surto psicótico não é frescura, é emergência médica". Ainda assim, quantas famílias sabem reconhecer os sinais antes que seja tarde? Quantas têm acesso a tratamento contínuo no SUS?

Enquanto isso, o jovem aguarda avaliação psiquiátrica na delegacia. Vai responder por homicídio, mas a defensoria pública já sinaliza que vai pedir consideração pelo estado mental. Já a família... ah, a família tenta entender como um neto que cresceu no colo da avó pôde se transformar, num piscar de olhos, no seu algoz.