Homem viola medida protetiva e espanca ex em SP: a falha do sistema que quase termina em tragédia
Homem viola medida protetiva e agride ex em SP

Era pra ser um documento que garantisse segurança. Um papel assinado por um juiz que deveria afastar o perigo. Mas na vida real - aquela que acontece fora dos tribunais - a medida protetiva mostrou mais uma vez suas limitações assustadoras.

Na Zona Leste da capital paulista, um homem de 37 anos decidiu que a ordem judicial não valia nada. Na terça-feira, 20 de agosto, ele invadiu a residência da ex-companheira e desferiu uma série de golpes contra a mulher que já havia pedido proteção do Estado.

A cena foi de terror puro - daquelas que deixam marcas físicas e psicológicas difíceis de apagar. Testemunhas ouviram os gritos e não hesitaram: acionaram a Polícia Militar às pressas.

O sistema que falhou, mas reagiu

Quando os agentes chegaram ao local, encontraram uma situação tensa. O agressor, ainda alterado, foi detido no flagrante. A vítima, com marcas visíveis da agressão, recebeu atendimento médico no local.

Eis o paradoxo brasileiro: a mesma justiça que emitiu a medida protetiva dias antes precisava agora prender quem a descumpriu com tamanho cinismo. O indivíduo já respondia por outros processos de violência doméstica - detalhe que levanta questões urgentes sobre a eficácia do sistema.

Um problema que se repete

O que mais assusta nesses casos é a sensação de déjà vu. Todo semana aparece um caso similar - homem ignora determinação judicial, mulher apanha, polícia prende. E assim vamos navegando nesse círculo vicioso de violência que parece não ter fim.

Especialistas em segurança pública já alertaram inúmeras vezes: medidas protetivas precisam vir acompanhadas de monitoramento eficiente. Do contrário, são apenas pedaços de papel que dão falsa sensação de segurança.

Até quando vamos conviver com essa realidade? A pergunta ecoa nas delegacias, nos fóruns, nas casas de milhares de mulheres que vivem com medo.

O agressor foi levado para a cadeia. A vítima sobreviveu ao ataque. Mas a história - essa mesma história triste e repetitiva - continua se escrevendo em todo o país.