Era pra ser mais uma noite como qualquer outra. A criança dormia, inocente, alheia ao pesadelo que se desenhava ali mesmo, entre as paredes daquela casa em Santos, no litoral paulista. Mas o ex-companheiro — aquele que jurou amor eterno — resolveu escrever o próximo capítulo da relação com a lâmina de uma faca.
Não foi um ataque qualquer. O homem, que ainda não teve a identidade revelada, invadiu a residência e desferiu golpes contra a mulher. Um deles atingiu em cheio a corda vocal dela. "Ele dizia que me amava", contou a vítima, com a voz ainda falha, no depoimento. Ironia cruel, não?
O que aconteceu?
Segundo relatos, o agressor:
- Entrou na casa sem permissão por volta das 3h da madrugada
- Esfaqueou a mulher múltiplas vezes — uma delas no pescoço
- Fugiu do local antes da chegada da polícia
A vítima, que prefere não se identificar, está internada no Hospital Ana Costa. Os médicos afirmam que o ferimento na garganta poderia ter sido fatal se fosse alguns centímetros mais profundo. Por sorte — ou azar —, a criança não acordou durante o ataque.
O paradoxo do "amor" violento
O que mais corta fundo nessa história toda não é a lâmina, mas a contradição. O mesmo homem que repetia "te amo" como um mantra foi capaz de tentar silenciá-la para sempre. Psicólogos ouvidos pela reportagem explicam que esse é um padrão clássico em relacionamentos abusivos: a mistura tóxica de posse e destruição.
A delegada responsável pelo caso (que pediu para não ser identificada) foi enfática: "Isso não é amor, é crime. E dos graves". A busca pelo agressor continua, mas moradores da região já fazem coro: "Que ele pague pelo que fez".
Enquanto isso, a vítima se recupera — das feridas visíveis e das invisíveis. E a criança? Bom, essa parte da história ainda está sendo escrita...
