
Era uma noite como qualquer outra em Itajaí — até que não foi. O que começou como uma discussão banal entre casal terminou em sangue frio, facadas e um corpo sem vida no chão da cozinha. A vítima? Uma empresária de 38 anos, mãe, cheia de planos. O algoz? Justamente quem jurou protegê-la.
O preço da descoberta
Segundo as primeiras informações, ela havia descoberto mensagens comprometedoras no celular dele. Confrontou. Discutiu. E então... Bem, aí a coisa degringolou de um jeito que nem nos piores filmes. Faca na mão, ódio no olhar — e sete golpes certeiros que não deixaram chance.
Os vizinhos ouviram gritos, mas quando a polícia chegou, já era tarde. Ele fugiu feito rato, deixando para trás não só o corpo da companheira, mas uma história mal contada sobre "defesa pessoal". Só que a cena falava por si: marcas de luta, móveis revirados, e aquele silêncio pesado que só a morte traz.
Quem era ela?
Dona de um salão de beleza conceituado, a vítima — cujo nome preservamos por respeito à família — era do tipo que "fazia a vida com as próprias mãos". Amada pelos clientes, adorada pelos amigos. Tinha aquele jeito catarinense de ser: trabalhadora, sorridente, batalhadora. Ninguém — absolutamente ninguém — merecia terminar assim.
E ele? Um "cidadão de bem", segundo os registros limpos na polícia. Mas cadê o bem quando o ciúme vira veneno e o orgulho vira arma? O sujeito se entregou horas depois, chorando na delegacia. Chorou mais que a filha deles, uma menina de 10 anos que agora vai crescer órfã de mãe — e com o pai atrás das grades.
Números que doem
Enquanto isso, Santa Catarina registra mais um feminicídio na conta que não para de crescer. Só este ano, foram 15 casos como esse no estado. Quinze vidas interrompidas, quinze histórias truncadas, quinho lares despedaçados. E o pior? A maioria segue o mesmo roteiro: ciúme, posse, controle — e quando a mulher tenta sair, vira estatística.
O delegado responsável pelo caso resumiu com uma frase que corta: "Isso aqui não é crime passional, é assassinato mesmo. Paixão não mata — caráter mata." E enquanto a justiça tenta consertar o que não tem conserto, a pergunta fica: quantas mais até a próxima?