
O Distrito Federal está em polvorosa com uma notícia que, convenhamos, parece saída de um roteiro de filme B. Um delegado da Polícia Civil — sim, aquele que deveria zelar pela lei — foi promovido seis meses depois de um episódio que deixou muita gente de cabelo em pé.
Lembram daquele caso em que um delegado atirou na esposa, na empregada doméstica e ainda numa enfermeira que tentou ajudar? Pois é. O mesmo cara. E agora, pasmem, ganhou um cargo melhor. Parece piada, mas não é.
O que aconteceu naquela noite?
A coisa toda rolou numa madrugada daquelas. O delegado — vamos chamá-lo de "Dr. X" pra evitar processos — chegou em casa alterado. Briga com a esposa, gritaria, e de repente: BANG! Um tiro. A empregada, ouvindo o barulho, corre pra ver e... BANG! Mais um. Aí entra a enfermeira, que morava no prédio, tentando ajudar... adivinha? BANG. Três vítimas, uma noite.
Detalhe macabro: todas sobreviveram, mas carregam sequelas físicas e psicológicas. E o Dr. X? Na época, foi afastado — como manda o figurino. Só que...
A promoção que ninguém entende
Seis meses depois, quando a poeira ainda não havia baixado, eis que surge uma portaria promovendo nosso "herói". De delegado comum a um cargo de chefia. Alguém aí consegue explicar?
Fontes da corporação — aquelas que falam mas não querem ser nomeadas — soltaram uns "mas" e "poréns". Dizem que a promoção já estava engatilhada antes do incidente. Só que, cá entre nós, não cola. Se fosse você ou eu, estaríamos atrás das grades, não subindo na carreira.
O que diz a lei?
Aqui a coisa fica ainda mais surreal. Teoricamente, processos disciplinares não impedem progressão funcional. Traduzindo: mesmo sendo investigado, o cara pode ser promovido. Algo está muito errado nessa equação, não?
Juristas ouvidos — esses sim com nome e sobrenome — soltaram foguetes de indignação. "Um absurdo sem tamanho", disse um. "Fere qualquer princípio de moralidade", completou outro. E a população? Bom, tá puta. Com razão.
E as vítimas?
Enquanto isso, as três mulheres tentam reconstruir suas vidas. A esposa, que pediu divórcio imediatamente, ainda faz terapia. A empregada, com sequelas no braço, não consegue trabalho. E a enfermeira? Desistiu da profissão. Medo.
O delegado, por sua vez, segue impávido. Nem sequer se manifestou sobre a promoção. Arrogância ou estratégia jurídica? Difícil dizer.
O caso levanta questões incômodas: até onde vai o corporativismo? Por que a justiça é tão... seletiva? E nós, cidadãos comuns, o que podemos fazer além de torcer o nariz e seguir em frente?