Casa da Mulher Flutuante: Um Porto Seguro para Vítimas de Violência Doméstica nos Rios do Amazonas
Casa da Mulher Flutuante: esperança nos rios do Amazonas

Imagine enfrentar a dor da violência doméstica no meio da floresta, horas — às vezes dias — de distância do posto de saúde mais próximo. É nesse cenário desolador que surge um barco pintado de roxo, cortando as águas barrentas do Rio Negro como um farol de esperança.

A Casa da Mulher Flutuante, projeto que começou como um sonho meio maluco de três assistentes sociais depois de uma noite de cachaça e conversa fiada, hoje navega levando justiça e acolhimento pra quem mais precisa. E olha, não é pouca coisa não.

Como Funciona Essa Revolução Sobre as Águas?

Duas vezes por mês, uma equipe multidisciplinar — psicólogos, advogados, uma enfermeira corajosa que não tem medo nem de cobra nem de marido bravo — embarca nessa jornada pelo interior do Amazonas. O barco, adaptado com consultórios improvisados mas cheios de amor, atende em média 30 mulheres por viagem.

  • Atendimento psicológico: Porque violência deixa marcas que não sangram, mas doem pra caramba
  • Aconselhamento jurídico: Pra mostrar que lei não é letra morta, mesmo no meio do mato
  • Oficinas de empoderamento: De artesanato à mecânica de pequenos barcos — sim, mecânica!

"A gente já salvou vida com despertador quebrado", conta Maria das Dores, coordenadora do projeto, referindo-se ao código combinado com as vítimas: quando o relógio da sala "para", é sinal de perigo iminente.

Os Números Que Não Mentem

Desde que começou, em 2023:

  1. 147 mulheres receberam atendimento emergencial
  2. 58 processos judiciais foram abertos
  3. 12 agressores foram presos — um deles flagrado tentando fugir de canoa

E tem mais: a taxa de reincidência nas comunidades atendidas caiu pela metade. Não é mágica, é política pública com cheiro de gasolina e suor, feita por gente que entende que justiça social tem que navegar mesmo.

Ah, e pra quem acha que é "mimimi": no último mês, três mulheres ribeirinhas formadas pelo projeto entraram pra política local. Vão ver que o barco tá mesmo virando...