
Era pra ser uma noite como qualquer outra na Vila Industrial, em Campinas. Mas o que deveria ser um lar se transformou num palco de horror absoluto. Por volta das 22h de sexta-feira, os vizinhos ouviram o barulho que ninguém quer escutar: disparos.
E não eram fogos de artifício.
Vanessa de Souza, 33 anos, foi atingida por múltiplos tiros desferidos por quem deveria protegê-la. O companheiro, a pessoa que dividia o mesmo teto, a mesma cama, as meshas refeições. Sim, ele mesmo.
O que aconteceu depois do crime?
O sujeito não tentou fugir. Esperou a polícia chegar, como se já soubesse que não havia escapatória. Quando os PMs apareceram no apartamento da Rua das Figueiras, ele estava lá, com a arma ainda nas mãos. Uma cena de cinema? Não, a pura e crua realidade brasileira.
Vanessa ainda foi levada às pressas para o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Os médicos lutaram para salvá-la, mas os ferimentos eram gravíssimos. Ela não resistiu. Mais uma vítima da epidemia de violência contra a mulher que insiste em assombrar nosso país.
E agora, José?
O assassino foi preso em flagrante. Óbvio. Agora responde por feminicídio - crime que não deveria existir, mas existe porque mulheres continuam morrendo nas mãos de seus parceiros.
A delegacia está investigando o caso. Querem saber o que levou a essa tragédia. Motivo? Como se houvesse justificativa para algo assim! Às vezes me pergunto se estamos evoluindo ou regredindo como sociedade.
O IML já fez o corpo de Vanessa. A família deve buscá-lo em breve para o velório e enterro. Enquanto isso, na Vila Industrial, vizinhos ainda comentam o ocorrido com aquela voz baixa de quem tem medo que a violência bata à própria porta.
Campinas registrou mais um feminicídio. E o pior: não será o último. Até quando?