
O que começou como mais uma discussão conjugal rotineira transformou-se num pesadelo de proporções bíblicas no bairro Alto. Por volta das 22h de quinta-feira, vizinhos relataram ter ouvido gritos ensurdecedores vindos do apartamento 304 — seguidos por um silêncio sinistro que durou menos de três minutos.
Quando as primeiras labaredas surgiram nas janelas, era tarde demais para qualquer reconciliação. "Parecia um filme de terror", descreveu Maria (nome fictício), moradora do prédio que preferiu não se identificar. "O fogo devorava as cortinas enquanto ele ainda berrava obscenidades lá dentro."
O desfecho dramático
Ao chegarem no local, os bombeiros encontraram uma cena digna de Dante: móveis carbonizados, vidros estilhaçados e, no centro do caos, um homem de 34 anos — que teimava em culpar a ex-companheira pelo ocorrido. Detalhe macabro? Ele tentou impedir o resgate alegando que "se a casa ia virar cinzas, que levasse os dois juntos".
- Vítima sofreu queimaduras leves e foi levada ao hospital
- Suspeito resistiu à prisão e está na delegacia
- Danos materiais ultrapassam R$ 150 mil
O delegado responsável pelo caso, em entrevista breve, foi taxativo: "Quando o ciúme patológico encontra o álcool, o resultado costuma ser catastrófico". A vítima, de 29 anos, já havia registrado boletim de ocorrência contra o agressor em maio — mas retirou a queixa semana passada. Um erro que quase lhe custou a vida.
O que diz a lei
Pela Lei Maria da Penha, o acusado pode pegar até 3 anos de prisão. Porém, com o agravante do incêndio doloso, a pena pode triplicar. "É um daqueles casos que deixam até os investigadores mais experientes de cabelo em pé", confessou uma fonte da polícia que pediu anonimato.
Enquanto isso, no prédio vizinho, crianças assistiam ao espetáculo dantesco das chamas refletidas nos vidros — uma imagem que, tenho certeza, nenhum psicólogo infantil poderá apagar tão cedo. Até quando?