Adolescente de 15 anos relata estupro por vizinho em Juiz de Fora: 'Tive medo de denunciar'
Adolescente estuprada por vizinho em Juiz de Fora

Era uma terça-feira comum em Juiz de Fora até que o pesadelo começou. Uma garota de 15 anos — vamos chamá-la de Ana, porque seu nome real não pode ser divulgado — voltava da escola quando o vizinho, um homem de 32 anos, a convidou para entrar em sua casa. O que aconteceu depois deixou marcas que vão além dos hematomas.

"Ele me segurou com força, eu gritava, mas ninguém ouviu", conta Ana, com a voz ainda trêmula, três dias após o crime. O sujeito, que mora a poucos metros da família da vítima, aproveitou que os pais dela trabalhavam para agir.

O depois do trauma

Demorou 48 horas para que a coragem vencesse o medo. "Pensei que não iam acreditar em mim", desabafa a adolescente, que só contou aos pais após crises de choro e insônia. No IML, os peritos confirmaram: havia vestígios de violência sexual.

O delegado responsável pelo caso, que preferiu não se identificar, foi categórico: "Temos provas contundentes". O acusado, preso em flagrante, nega — claro. Mas a polícia já encontrou no celular dele mensagens perturbadoras trocadas com outros homens, falando sobre "pegar novinhas".

Reação da comunidade

Na rua onde ocorreu o crime, vizinhos dividem-se entre a solidariedade e... bom, aquele silêncio constrangedor que sempre aparece nesses casos. Dona Marta, aposentada que vive há 40 anos no bairro, resume: "Nunca imaginei que entre nós morasse um monstro".

Enquanto isso, na 16ª Delegacia de Polícia Civil, o caso ganhou prioridade. "É inaceitável que nossas crianças não estejam seguras nem a cem metros de casa", dispara uma investigadora, enquanto organiza as peças do inquérito que deve chegar ao Ministério Público ainda esta semana.

O que mais revolta? O criminoso tinha passagem por importunação sexual em 2021. Mas, como sempre, caiu no esquecimento até que o pior acontecesse. Agora, a Justiça terá a palavra final — e a sociedade, mais um caso para refletir sobre quantas Anas ainda precisam sofrer antes que algo mude de verdade.