
O tribunal do Distrito Federal não deixou dúvidas: 30 anos atrás das grades para quem achou que poderia espancar uma mulher como se fosse um saco de pancadas. Na tarde desta quarta (14), o juiz Carlos Renato — conhecido por não ter papas na língua — deu o veredito que muita gente esperava desde aquela noite de horror, em 2023.
Era uma terça-feira qualquer no Recanto das Emas quando os vizinhos ouviram gritos que pareciam saídos de um filme de terror. "Pensei que fosse briga de cachorro, até ver a polícia arrombando a porta", contou uma moradora que preferiu não se identificar — afinal, nesse país, até testemunha vira alvo.
O que as câmeras viram
As imagens do circuito interno são de cortar o coração: ele, um sujeito que passava despercebido no mercado, transformado em monstro dentro de casa. Ela, tentando se proteger com os braços, enquanto recebia chutes que fariam um lutador de MMA corar. Tudo porque ela ousou dizer que queria terminar o relacionamento.
Os peritos encontraram:
- Fraturas em 8 costelas
- Hemorragia interna
- Marcas de estrangulamento
"Isso aqui não foi briga de casal, foi execução", resumiu o delegado responsável, mostrando fotos que nem os repórteres mais experientes conseguiram olhar por mais de dois segundos.
Defesa tentou alegar "perda de controle"
O advogado do acusado — que cobra R$ 800 a hora — chegou a falar em "explosão emocional" e "ciúme patológico". O Ministério Público, por outro lado, lembrou que o sujeito já tinha passagem por ameaça em 2021, mas a ex-companheira havia retirado a queixa. "Quem cala consente? Não, quem cala tem medo", rebateu a promotora, arrancando aplausos da galeria.
Parece que a Justiça finalmente acordou para o óbvio: violência doméstica não é "problema familiar", é crime hediondo. E no DF, pelo menos nesse caso, o sistema funcionou — ainda que tarde demais para salvar uma vida.