Tentativa de Linchamento Choca Piauí: Homem é Atacado por Multidão Após Acusação de Assédio a Criança
Tentativa de linchamento choca o Piauí após acusação de assédio

A tarde desta sexta-feira, 13, em Teresina, não foi como qualquer outra no bairro Buenos Aires. O que começou como um dia comum rapidamente descambou para uma cena de horror urbano — daquelas que a gente só vê em filme, mas que infelizmente acontece de verdade. Um homem, cuja identidade ainda não foi revelada, tornou-se o alvo da fúria popular após acusações gravíssimas.

Segundo relatos de testemunhas — e aí a coisa sempre fica nebulosa, não é? —, ele teria mostrado partes íntimas para uma criança. O detalhe é que não havia ninguém para confirmar a história direito. Mas bastou o boato se espalhar que a vizinhança inteira pegou em forques e foices, literalmente.

A multidão não perdoou. Invadiram a casa dele, quebraram tudo que era móvel, e o arrastaram para a rua como um animal abatido. Gritos de "ladrão" e "pedófilo" ecoavam enquanto os golpes se sucediam. Uma cena medieval, pra ser sincero, que mostra o quanto a civilização pode ser frágil quando a raiva toma conta.

A intervenção da polícia

Por sorte — ou por dever cumprido —, a Polícia Militar chegou a tempo. Ou quase. Eles conseguiram resgatar o homem já bastante ferido, com cortes pelo corpo e possíveis fraturas. Imagina o nível da tensão: policiais tendo que proteger o acusado da própria população, que jurou não ir embora enquanto "justiça não fosse feita".

O cara foi levado às pressas para o Hospital de Urgência de Teresina. Passou por cirurgia, está estável, mas com trauma físico e — imagino — psicológico pra vida toda. Se ele de fato cometeu o crime, que a Justiça o puna. Mas linchamento? Isso é voltar à Idade Média.

E agora, José?

O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios. Dois homens já foram presos, suspeitos de participação no ataque. A criança supostamente envolvida deve ser ouvida por profissionais especializados. O problema é que, como sempre, a verdade pode estar em algum lugar entre a acusação e a defesa.

Enquanto isso, a pergunta que fica é: até onde vai o direito de fazer justiça com as próprias mãos? Porque uma coisa é certa — medo a gente já tem de todo mundo. Medo do criminoso, medo da multidão, medo da polícia que não chega a tempo. E no meio disso tudo, quem paga o pato é sempre a mesma coisa: a civilização.