
Era pra ser mais uma tarde qualquer, daquelas em que o maior perigo era uma joelheira ralada ou uma disputa inocente pela bola. Mas a vida, sabe como é, às vezes prega peças terríveis. Em Cambé, no norte do Paraná, a alegria de uma garotinha brincando na Rua Rio Grande do Sul foi interrompida por um estampido seco – e depois, pelo grito.
O caso aconteceu na quarta-feira (17), por volta das 16h, mas o clima pesado ainda paira no ar. Segundo as primeiras informações que circularam – e que a polícia agora tenta desvendar –, a bala veio de longe. Ninguém viu um atirador, não houve briga, nem discussão. Apenas o barulho e a dor.
A sorte, se é que podemos chamar assim, é que o ferimento foi no pé. Algo que, num universo paralelo de azar ainda maior, poderia ter sido muito, muito pior. A pequena foi levada correndo para o Hospital Municipal Dr. Adalberto Campos Fernandes. Lá, os médicos confirmaram: estado estável, consciente, assustada, mas fora de perigo. Graças a Deus, ou ao acaso, ela deve se recuperar totalmente.
E Agora, José?
O que resta depois do susto? A Delegacia de Polícia de Cambé assumiu o caso e tenta descobrir a origem do disparo. A linha de investigação mais forte é que se tratou de um tiro acidental, vindo de alguma propriedade rural ou área mais afastada. Alguém manuseando uma arma de forma irresponsável, sem imaginar que a tragédia pode viajar quilômetros e escolher suas vítimas ao acaso.
É de cortar o coração. Uma criança não deveria ter que calcular riscos balísticos enquanto pula amarelinha. Os vizinhos, é claro, ficaram em choque. O sentimento geral é uma mistura de revolta com um medo que veio para ficar. Até quando nossas crianças não estarão seguras nem no próprio quintal?
A PM não divulgou muitos detalhes, o que é normal numa investigação fresca. Eles devem analisar o projétil e cruzar informações para tentar encontrar de onde partiu aquele momento de irresponsabilidade criminosa.
Enquanto isso, a menina se recupera. E uma comunidade inteira aprende, da pior maneira possível, que a violência não avisa quando chega.