
O silêncio da madrugada em Itabuna foi brutalmente interrompido por labaredas e gritos de desespero. Lá pelas 5h30 da manhã deste domingo, um cenário de pesadelo se desenrolou num lugar que deveria ser de acolhimento e cura. Uma casa que abrigava pessoas em busca de recuperação da dependência química foi, ironicamente, consumida pelo fogo—e o saldo foi devastador.
Cinco vidas perdidas. Cinco histórias interrompidas de forma abrupta e violenta. Três corpos foram encontrados dentro do imóvel, que ficava no bairro de São Caetano. Mais dois morreram a caminho do hospital—tentando escapar de um destino que, infelizmente, os alcançou.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a ação foi rápida, mas o estrago já estava feito. Quatro viaturas e 16 militares trabalharam no local para controlar as chamas, que consumiram praticamente toda a estrutura. A casa era de madeira, o que facilitou a propagação do incêndio—e dificultou qualquer chance de fuga.
Não foi acidente? A suspeita que preocupa
O tenente BM Fábio Oliveira fez um alerta importante: a possibilidade de o incêndio ter sido criminoso não está descartada. As causas ainda serão apuradas, mas a natureza do local—e a vulnerabilidade das pessoas—deixa tudo ainda mais sombrio.
Imagina só: você está num lugar buscando recomeçar, lutando contra um vício, tentando se reerguer—e do nada, o perigo vem de onde menos se espera. É de cortar o coração.
Além das chamas: a dor das famílias
Até o momento, as identidades das vítimas não foram divulgadas. A Polícia Civil assumiu o caso e deve fazer a identificação—o que deve levar algum tempo, dado o estado dos corpos. Enquanto isso, familiares e amigos aguardam ansiosos—e com medo—por notícias.
Um dos sobreviventes, que conseguiu escapar a tempo, foi levado para o Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães. Seu estado é estável, mas o trauma—físico e emocional—vai demorar muito para cicatrizar.
Esse tipo de tragédia expõe uma ferida antiga: a falta de regulamentação e fiscalização adequada em casas de acolhimento no Brasil. Muitas funcionam na informalidade, sem alvarás, sem condições mínimas de segurança—e quem paga o preço são justamente aqueles que já estão à margem.
É triste, é revoltante, e—pra ser sincero—é evitável. Mas aqui estamos, de novo, contando mortos.