
O coração do Tocantins ficou mais pesado esta semana. Um senhor de 90 anos, conhecido por sua simplicidade e sorriso fácil, foi encontrado sem vida após oito longos dias de buscas. Ele, que lutava contra o Alzheimer, havia sumido sem deixar rastros — e a família, desesperada, mobilizou até redes sociais na esperança de encontrá-lo.
Não foi fácil. As equipes de busca reviraram cada canto, vasculharam matas, bateram de porta em porta. O sol do cerrado castigou, a poeira sujou os sapatos, mas ninguém desistiu. Até que, num daqueles momentos que a gente nunca esquece, o pior se confirmou: ele estava ali, sem vida, num local afastado.
O drama da família
"A gente sabia que o Alzheimer era traiçoeiro, mas nunca imaginou que fosse terminar assim", contou uma das netas, com a voz embargada. O idoso — que adorava contar histórias dos tempos de roça e sempre tinha um pirulito no bolso para as crianças — simplesmente desapareceu após dar uma volta perto de casa. "Ele fazia isso sempre, mas voltava. Dessa vez, não voltou."
A polícia ainda investiga as circunstâncias exatas da morte, mas tudo indica que ele se perdeu e, sem ajuda, não resistiu. O laudo deve sair em alguns dias, mas, para a família, o que importa agora é tentar digerir a perda.
Alzheimer: o inimigo silencioso
Casos como esse jogam luz sobre um problema que muitas famílias enfrentam no Brasil. O Alzheimer — essa doença que vai apagando memórias como um giz num quadro-negro — exige cuidados redobrados. E, convenhamos, nem todo mundo tem estrutura pra isso.
Especialistas ouvidos pelo G1 lembram que idosos com a doença devem usar pulseiras de identificação ou até mesmo rastreadores. "Parece exagero, até o dia em que não parece mais", diz uma médica geriatra, com aquele tom de quem já viu muita coisa.
Enquanto isso, a comunidade se une em apoio à família. Velas são acesas, orações são feitas. E aquele senhor de 90 anos, que um dia foi criança, depois jovem, depois pai e avô, agora vira memória — daquelas que o Alzheimer não pode apagar.