
Era uma terça-feira comum em Belo Horizonte quando a vida de uma mulher trans foi interrompida brutalmente - e agora, a justiça finalmente deu seu veredito. Não foi rápido, não foi fácil, mas depois de todo esse tempo, algo se moveu no tribunal.
O caso? Latrocínio. A vítima? Uma mulher trans que merecia viver sem medo. O autor? Condenado a 23 anos de prisão. A sentença saiu na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belo Horizonte, e cara, esses 23 anos parecem tanto e tão pouco ao mesmo tempo.
Os detalhes que doem
O crime aconteceu lá atrás, em 2022, no bairro Santa Efigênia. Imagina só: a vítima estava no ponto de ônibus, esperando como qualquer um de nós esperaria, quando foi abordada. Roubo seguido de morte - latrocínio, como diz a lei. O Ministério Público de Minas Gerais apresentou as provas, testemunhas, e o júri concordou: culpado.
E não foi qualquer condenação. Foram 12 anos inicialmente pelo latrocínio, mais 11 anos por posse ilegal de arma de fogo. A justiça somou as penas, mas na prática ele vai cumprir 23 anos mesmo. A defensoria pública tentou argumentar, mas a sentença permaneceu.
Além dos números
O que esses 23 anos realmente significam? Para a família da vítima, talvez um fechamento. Para a comunidade LGBTQIA+ de BH, mais um lembrete doloroso de que a violência ainda é uma realidade diária. Quantos casos assim ainda acontecem sem que ninguém fique sabendo? Quantas vidas interrompidas antes da hora?
O defensor público Marcelo Malta representou o condenado - afinal, todo mundo tem direito à defesa, mesmo nos casos mais difíceis. Ele tentou reverter a decisão, mas a justiça manteve sua posição. Às vezes a lei é lenta, mas ela chega. Chegou.
Enquanto isso, Belo Horizonte respira aliviada? Nem tanto. A cidade ganha um ponto na luta contra a impunidade, mas perde mais uma vez ao lembrar que a violência contra pessoas trans continua assustadoramente comum. Quantas condenações ainda precisaremos ver até que a sociedade realmente mude?
O caso agora segue para outros trâmites judiciais - recursos, possíveis apelações, o sistema de justiça brasileiro sendo o que é. Mas uma coisa é certa: o nome dessa mulher trans não será esquecido, e sua história ecoa além dos tribunais mineiros.