
O inverno apertou em Mato Grosso do Sul, e não foi pouco. Com os termômetros despencando, a prefeitura decidiu reativar o abrigo emergencial no Parque Ayrton Senna — um alento para quem vive nas ruas e enfrenta o frio sem um teto.
Não é brincadeira. Quando o vento corta feito faca, até quem está agasalhado sente. Imagina então quem dorme no chão duro, sem um cobertor decente? A estrutura, que funciona como um ponto de apoio temporário, oferece mais do que um lugar para escapar do gelo: tem comida quente, cobertores e, o mais importante, um pouco de dignidade.
Não é só um teto, é um respiro
O lugar não é um hotel cinco estrelas — longe disso. Mas para quem passa noites ao relento, qualquer cantinho aquecido já faz diferença. "A gente chega aqui quase congelando, e eles dão um café quente, um pão... parece pouco, mas salva", conta um dos frequentadores, que prefere não se identificar.
E não para por aí. Além do básico, a equipe do local tenta conectar essas pessoas a serviços sociais. Às vezes dá certo, às vezes não. A burocracia é dura, mas pelo menos tentam.
Por que agora?
Ah, a meteorologia! A frente fria que varreu o estado deixou as madrugadas especialmente cruéis. Segundo os técnicos, as temperaturas podem cair ainda mais nos próximos dias — e aí, meu amigo, o negócio fica sério.
Não é a primeira vez que o espaço é acionado. Ano passado, durante outra onda de frio, o abrigo ficou lotado por semanas. Desta vez, a prefeitura prometeu manter a estrutura enquanto o termômetro não der uma trégua.
Quem passa pelo parque de dia nem imagina o que rola ali à noite. Enquanto uns correm ou levam os cachorros para passear, outros só pensam em onde vão dormir sem virar popsicle. A vida é assim: dois mundos num mesmo lugar.