Cadeirante relata humilhação em voo saindo de Brasília: 'Me trataram como um incômodo'
Cadeirante constrangida em voo da Azul saindo de Brasília

Imagine precisar viajar e se deparar com uma situação que deveria ser simples, mas se transforma num verdadeiro pesadelo. Foi exatamente o que aconteceu com Adriana de Cássia, uma mulher cadeirante, no aeroporto de Brasília.

Naquele dia 3 de setembro, tudo começou errado. Ela embarcaria num voo da Azul com destino a Belo Horizonte, mas a assistência que deveria ser garantida por lei simplesmente... bem, não existiu.

O episódio constrangedor

Adriana relata que os funcionários da companhia aérea se recusaram a ajudá-la a se levantar da cadeira de rodas para embarcar. Não é como se ela estivesse pedindo algo extraordinário – era o básico do básico. "Me senti completamente invisível", desabafa.

O pior veio quando um comissário de bordo simplesmente a ignorou. Ela precisava ir ao banheiro durante o voo, mas ninguém se dispôs a auxiliá-la. A situação chegou a tal ponto que outros passageiros precisaram intervir. Que cena constrangedora, não?

A resposta (ou falta de) da Azul

Quando questionada, a Azul soltou aquela nota padrão de sempre: "compromisso com o conforto e segurança" e blá-blá-blá. Prometeram investigar o caso, mas Adriana ainda aguarda um posicionamento decente da empresa.

O que mais revolta é que isso não é isolado. Todo mundo já viu ou ouviu histórias parecidas. A tal acessibilidade na aviação brasileira parece mais teoria do que prática.

Isso é mesmo legal?

Pra quem não sabe, a Lei Brasileira de Inclusão (nº 13.146/2015) não é sugestão – é obrigação. Ela garante que pessoas com deficiência tenham acesso igualitário a serviços de transporte. Mas parece que algumas empresas ainda tratam a legislação como mera recomendação.

O que aconteceu com Adriana não foi apenas uma falha no serviço. Foi uma violação clara de direitos fundamentais. E o pior? Ela não é a primeira e, infelizmente, não será a última.

Enquanto isso, milhões de brasileiros com mobilidade reduzida seguem hesitantes antes de comprar uma passagem aérea. Será que vão ser tratados com dignidade ou como um fardo extra para a tripulação?

A verdade é que acessibilidade não é favor – é direito. E até quando histórias como a de Adriana vão se repetir nos aeroportos do país?