
Eis que uma discussão banal no trânsito — daquelas que todo soteropolitano já presenciou — termina em tragédia irreversível. Na última segunda-feira, por volta das 22h30, no bairro de Patamares, em Salvador, o professor Felipe dos Santos, 38 anos, perdeu a vida de maneira brutal. Tudo começou com uma simples fechada no trânsito. Coisa de segundos. Mas o que seguiu depois foi simplesmente catastrófico.
O suspeito, identificado como Carlos Eduardo Moraes, 41, não apenas confessou o crime como surpreendentemente... caminha livre pelas ruas. Sim, você leu certo. A defesa alegou — e a Justiça comprou a ideia — que ele agiu em legítima defesa. Um homicídio, nas palavras dele, para "proteger a própria vida".
■ A sequência que mudou tudo
Segundo testemunhas e o próprio relato policial, tudo aconteceu numa velocidade assustadora. Felipe teria fechado o carro de Carlos. Pararam os veículos. A discussão esquentou. E então, numa decisão que custaria tudo, Felipe sacou uma barra de ferro. Carlos, assustado — ou pelo menos é o que diz —, revidou com uma faca. Um golpe só. Mas no pescoço.
O professor não resistiu. Morreu no local.
■ A decisão judicial que gera polêmica
Agora vem o ponto que tá dando o que falar: o juiz plantonista aceitou o argumento de legítima defesa e liberou Carlos. Ele responderá ao processo em liberdade. A promotoria, claro, já anunciou que vai recorrer. "Inacreditável", disse um primo da vítima, que preferiu não se identificar. "Matou e tá solto? Como explica isso pra família?"
Do outro lado, a defesa do suspeito sustenta que ele agiu sob ameaça real e iminente. Medo de ser espancado. Pânico, na hora. A barra de ferro — encontrada no local — seria a prova crucial que justificaria a reação.
■ E agora, o que esperar?
O caso segue sob investigação da Polícia Civil. Novos testemunhos estão sendo colhidos. E a verdade — seja ela qual for — ainda pode dar voltas. Enquanto isso, uma família chora a perda de um educador querido. E um suposto homicida circula livre pela cidade.
Salvador, mais uma vez, se vê diante de um daqueles casos que misturam trânsito, nervos à flor da pele e um desfecho que ninguém — absolutamente ninguém — poderia prever.