
O quebra-cabeça — sinistro, diga-se de passagem — começa a se encaixar. A Polícia Civil de São Paulo acaba de prender mais um suspeito diretamente ligado ao assassinato brutal de Antonio Carlos de Oliveira Melo, que não era um cidadão qualquer: ocupou o cargo máximo da polícia paulista, o de delegado-geral.
E não foi um crime qualquer. A execução aconteceu de forma gelada, calculista, no garage de sua própria residência, num bairro tranquilo da capital. Quatro tiros. Fim de linha para uma carreira que, ironicamente, foi dedicada ao combate exatamente a esse tipo de violência.
O Quarto Homem
O sujeito agora atrás das grades é apontado como o motorista do carro usado pela dupla de assassinos no dia do crime. Ele foi localizado e capturado na Zona Leste da cidade, e a justiça já deu o aval para a prisão preventiva. A sensação que fica é que a rede está se fechando.
Os outros três? Dois são os supostos atiradores, já presos, e o terceiro é investigado como o mandante — uma figura que supostamente tinha contas a ajustar com o ex-delegado por questões financeiras. Parece enredo de filme, mas é a pura e crua realidade paulistana.
Um Passado que Persegue
Aqui está um detalhe que corta o fôlego: Melo já havia sofrido um atentado antes, em 2022. Na ocasião, levou cinco tiros e sobreviveu, milagrosamente. Dessa vez, o azar — ou a mira dos algozes — foi mais preciso. A investigação corre para descobrir se os dois episódios estão conectados, o que é mais do que provável.
O caso é tratado com luvas de pelica pela cúpula da segurança pública. Afinal, não é todo dia que um ex-chefe da polícia é executado a tiros. Gera um desconforto imenso, um calafrio que percorre a hierarquia toda.
A pergunta que não quer calar: quem teria coragem — e interesse — de ordenar a morte de um homem com tanto histórico? As respostas, aos poucos, vêm à tona.