Polícia do Amapá nega ligação entre mortes em operações e guerra de facções
PM diz que mortes em operações não ligadas a guerra de facções

O cenário no Amapá tá pegando fogo — mas não do jeito que todo mundo pensa. Enquanto os boatos correm soltos sobre uma suposta guerra entre facções, a Polícia Militar joga um balde de água fria na teoria. Segundo eles, as mortes registradas nas últimas intervenções não têm nada a ver com essa história de disputa territorial entre bandidos.

"A gente sabe que o povo tá assustado", admite um porta-voz da corporação, num tom que mistura cansaço com frustração. "Mas essas ocorrências são casos isolados, cada um com suas particularidades."

Os números que falam (e os que calam)

Nos últimos 30 dias, pelo menos cinco pessoas morreram em confrontos com a PM. Dois casos chamam atenção: um suposto assaltante baleado durante perseguição e um jovem atingido por engano — esse último ainda sob investigação. A corporação insiste que nenhum dos episódios reflete aumento de hostilidades entre facções.

Mas será? Nas quebradas, o papo é outro. Moradores da Zona Norte relatam tiroteios quase diários, muitos sem qualquer presença policial por perto. "Tá parecendo faroeste caboclo", brinca um comerciante, antes de corrigir: "Brincadeira nada, isso aqui tá virando zona de guerra mesmo".

O outro lado da moeda

Especialistas em segurança pública fazem coro com a polícia em um ponto: não há evidências concretas de escalada no conflito entre facções. Porém — e sempre tem um porém —, alertam que a situação pode degringolar rápido se nada for feito.

  • Dados do Disque-Denúncia mostram aumento de 40% em relatos de movimentação suspeita
  • Postos de saúde registram mais atendimentos por ferimentos de bala
  • Escolas da periferia fecham mais cedo "por precaução"

Enquanto isso, a PM promete reforçar o patrulhamento nas áreas mais quentes. Resta saber se a medida será suficiente ou apenas mais um curativo num ferimento que precisa de cirurgia. O amapaense, claro, torce pela primeira opção — mas já vai se preparando para a segunda.