
Pois é, galera que adora um delivery prático — a história não tá nada bonita para o iFood aqui em Minas Gerais. O Procon estadual acabou de dar uma baita bronca na plataforma, aplicando uma multa que faz qualquer um ficar de queixo caído: R$ 3,2 milhões. E o motivo? Aquela velha conhecida dos consumidores, o tal do valor mínimo por estabelecimento.
Parece coisa pequena, mas não é não. A fundação considerou essa exigência uma prática abusiva, daquelas que ferem de morte o Código de Defesa do Consumidor. Quem nunca passou pela situação de querer pedir aquele sanduíche maravilhoso de um lugar, mas ter que desistir porque não alcançava o valor mínimo — e aí acaba pedindo coisa que nem queria só para completar?
O que exatamente o Procon não gostou?
O problema central, segundo os técnicos, está na limitação brutal que essa política impõe ao consumidor. Imagina só: você quer comprar de vários estabelecimentos diferentes no mesmo pedido, mas cada um exige seu próprio valor mínimo. O resultado? O carrinho fica absurdamente caro, e seu direito de escolher livremente vai por água abaixo.
É como se o supermercado obrigasse você a comprar R$ 30 no açougue, R$ 25 na padaria e R$ 40 no hortifruti — mesmo que você só queira um pãozinho e uma carne para o churrasco. Não faz o menor sentido, concorda?
E agora, o que muda?
O iFood, claro, não ficou quieto. A empresa já anunciou que vai recorrer da decisão, argumentando que a prática é comum no mercado e que ajuda os pequenos negócios. Mas cá entre nós — será mesmo que é a única forma de ajudar os restaurantes?
Enquanto isso, nós consumidores ficamos no meio do fogo cruzado. Por um lado, queremos preços justos e liberdade para montar nosso pedido como bem entendemos. Por outro, também desejamos que os restaurantes — muitos deles pequenos empreendedores — tenham condições de se manter.
O que me preocupa, francamente, é que essas grandes plataformas digitais às vezes criam regras que parecem saídas de um labirinto burocrático. E quem se perde no meio somos sempre nós.
E os restaurantes nessa história?
Aqui tem um ponto que muita gente esquece: os estabelecimentos também sofrem pressão dessas políticas. Muitos donos de restaurante reclamam que as taxas já são altas, e que o valor mínimo acaba sendo uma forma de não saírem no prejuízo.
Mas será que não existem soluções mais criativas? Talvez um valor mínimo único para o pedido total, em vez de por estabelecimento? Ou quem sabe incentivos diferentes para pedidos maiores?
O fato é que a discussão está aberta, e pode ser que em breve a gente veja mudanças significativas na forma como pedimos nossa comida. Quem viver, verá.
Enquanto o recurso não é julgado, a multa fica suspensa. Mas o recado do Procon-MG foi dado, e alto: práticas que limitam excessivamente o consumidor não serão toleradas. E eu, particularmente, acho que é um avanço e tanto.
No fim das contas, o que todos queremos é simples: pedir nossa comida sem complicação, pagando preço justo, e com a liberdade de escolher exatamente o que desejamos. Parece pedir muito? O Procon-MG claramente não acha.