
Parece que alguns empreendedores de Belém resolveram fazer a festa — mas às custas dos participantes da COP30. O Ministério da Justiça, através do seu Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), está de olho. E não é brincadeira.
Segundo informações que circulam nos corredores do poder, uma operação de fiscalização está sendo montada para pegar de surpresa estabelecimentos que praticarem what we call in good Portuguese ‘a lei da selva’ nos preços. A ideia é simples: não deixar ninguém se aproveitar do evento global para encher o olho — ou os cofres.
O pulo do gato (e o preço do açaí)
Imagina só: você chega em Belém, depois de voar meio mundo, só para descobrir que a diária do hotel subiu 300% do dia para a noite. Ou pior: que um suco de taperebá agora custa o mesmo que um prato feito em São Paulo. Pois é. A coisa tá feia.
E não é só impressão. Denúncias já começaram a pipocar. Alguns hotéis, segundo fontes próximas ao governo, já estariam remarcando reservas feitas há meses para realugar os quartos a preços… bem, digamos, ‘especulativos’.
E as multas? Podem ser pesadas.
Aqui é que a porca torce o rabo. O Código de Defesa do Consumidor não perdoa. Multas podem chegar a milhões — sim, milhões — de reais. Fora a possibilidade de processos judiciais e, claro, o dano reputacional. Nenhuma publicidade positiva compensa ser chamado de ‘a empresa que surrupiou a carteira dos gringos’.
Não bastasse a ação federal, o Procon estadual e municipal também devem entrar na dança. Fiscalização em dobro, aviso em dobro, problema em dobro para quem achar que a COP30 é terra sem lei.
Não é só sobre preço: é sobre imagem
O Brasil tá na berlinda. O mundo inteiro vem olhar nossas políticas ambientais, mas também nossa capacidade de receber — com respeito e honestidade. Um abuso aqui, uma extorsão ali, e a imagem que fica é a do país do ‘jeitinho’ — da pior espécie.
É aquela velha história: o que era para ser um momento histórico vira caso de polícia — ou, nesse caso, de Procon.
O recado do governo é claro: hospedagem e alimentação justas, ou o preço a se pagar será alto. Muito alto.