
Parece que a velha tática de cinemas de bloquear a entrada de lanches comprados em outros lugares ainda persiste — e agora virou caso de polícia (ou melhor, de Procon). Dessa vez, o alvo foi um cinema em Manaus, que recebeu uma notificação oficial por praticar o que muitos consideram um abuso contra o bolso do consumidor.
Imagine só: você chega felizão com seu combo de pipoca e refrigerante — comprado a preço justo na padaria da esquina — e se depara com um segurança fazendo cara de paisagem. "Aqui não pode", ele diz, apontando para uma placa minúscula escondida entre os avisos de "silêncio". Pois é, a cena clássica do Brasil que não cansa de se repetir.
O que diz a lei?
Pra quem não sabe, a justiça já decidiu essa questão há tempos. Desde 2013, uma resolução do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) proíbe esse tipo de restrição. Mas, como diria o ditado, "lei que não pega, vira sugestão". E alguns estabelecimentos insistem em fingir que o documento não existe.
O caso específico de Manaus — que rolou num shopping da zona centro-sul — foi parar nas mãos do Procon-AM depois que um cliente revoltado resolveu não engolir a situação (trocadilho inevitável). A notificação veio rápido: o cinema tem 10 dias pra se explicar ou vai encarar multas que podem chegar a R$ 3 milhões.
E os argumentos do cinema?
Ah, os gerentes sempre têm uma cartada na manga. Dizem que é "questão de higiene" (como se sua pipoca de micro-ondas fosse mais perigosa que a deles) ou que "os preços ajudam a manter a estrutura" (traduzindo: aquele refrigerante de R$15 sustenta o ar-condicionado). Só que, no papel, essas desculpas não colam — a menos que o estabelecimento prove que alimentos externos oferecem risco real à segurança.
E aí, será que essa notificação vai fazer diferença? A gente sabe como é: tem cinema que troca a placa de "proibido" por "não recomendado" e continua intimidando os clientes. Mas, dessa vez, a fiscalização prometeu não dar moleza. "Vamos monitorar o cumprimento da decisão", avisou o Procon, num tom que deixou claro: a palhaçada acabou.
Enquanto isso, a dica é simples: se te barrarem, exija seus direitos. Afinal, ninguém merece pagar R$30 num pacote de M&Ms que custa R$5 no mercado, né? A menos, é claro, que você goste de ser enganado — mas aí já é outro papo.