
Imagine acordar e descobrir que seu nome está sendo espalhado como um criminoso perigoso — sem ter feito absolutamente nada. Foi exatamente isso que aconteceu com uma jovem estudante de Santa Catarina, vítima de um erro grotesco do sistema judiciário que quase custou sua segurança.
O Tribunal de Justiça catarinense, numa falha digna de roteiro de filme de suspense, divulgou indevidamente os dados pessoais da moça — incluindo endereço e CPF — num caso que nem sequer era dela. O resultado? Uma enxurrada de ameaças de morte e mensagens de ódio que transformaram sua vida num inferno.
O que deu errado?
Parece piada, mas é trágico: ao publicar uma decisão sobre um processo criminal, o TJ-SC trocou os pés pelas mãos e vinculou os dados da estudante ao caso. Detalhe macabro? O verdadeiro réu estava respondendo por homicídio qualificado.
"Do nada, começaram a me chamar de assassina", desabafa a jovem, que prefere não se identificar. "Meu celular não parava de tocar, gente me xingando, dizendo que ia me matar... Fiquei aterrorizada."
Responsabilidade questionável
O pior? O tribunal levou dois dias inteiros para corrigir o erro depois de notificado. Dois dias com uma inocente sofrendo ameaças que, convenhamos, poderiam ter terminado em tragédia.
E olha que a defesa da corte foi no mínimo peculiar: alegaram que foi um "erro isolado" do sistema. Conveniente, não? Enquanto isso, a estudante precisou:
- Mudar toda sua rotina
- Pedir ajuda policial
- Ter aulas interrompidas
- Lidar com o trauma psicológico
Juristas já apontam que o caso escancara falhas graves na proteção de dados no Judiciário — algo especialmente delicado quando falamos de processos criminais. Afinal, quantos outros "erros isolados" como esse já aconteceram sem que a gente saiba?
E agora?
Apesar do desagravo público feito pelo TJ-SC, a estudante avalia entrar na Justiça por danos morais. E quem pode culpá-la? Depois de passar por esse calvário, uma indenização seria o mínimo.
Enquanto isso, fica o alerta: num mundo onde dados pessoais viram arma, os órgãos públicos precisam urgentemente revisar seus protocolos. Porque no próximo caso, o "erro isolado" pode ter consequências irreversíveis.