Justiça tributária para a população negra: organizações cobram mudanças urgentes
Justiça tributária para população negra: organizações cobram mudanças

Não é novidade para ninguém que o sistema tributário do Brasil tem mais furos que um queijo suíço. E quem paga a conta? Principalmente a população negra e periférica, que vive no olho desse furacão de injustiças fiscais. Organizações sociais estão botando o dedo na ferida e exigindo mudanças .

"É como se estivéssemos carregando um piano nas costas enquanto os outros andam de mãos livres", diz Maria Silva, ativista do Movimento Negro Unificado. A comparação pode parecer exagerada, mas os números não mentem: estudos mostram que os 10% mais pobres do país destinam cerca de 32% da sua renda para impostos, enquanto os 10% mais ricos gastam apenas 21%.

O peso que não deveria ser nosso

Você já parou pra pensar por que o arroz e feijão são tão taxados, enquanto produtos de luxo têm alíquotas menores? Parece piada, mas é a pura verdade. Enquanto isso, a fatia mais vulnerável da população — majoritariamente negra — segue sendo espremida por um sistema que parece ter sido desenhado pra manter as coisas como estão.

Alguns dados que dão calafrios:

  • Famílias negras gastam 27% a mais com impostos indiretos
  • Bairros periféricos têm menos retorno dos impostos pagos
  • Produtos básicos têm carga tributária até 3x maior que itens de luxo

"Não é favor, é direito"

As organizações estão com a faca nos dentes. Na última semana, entregaram um documento ao Congresso com propostas concretas para virar esse jogo. Entre elas:

  1. Redução de impostos sobre produtos da cesta básica
  2. Taxação progressiva de grandes fortunas
  3. Transparência no destino dos recursos arrecadados

"A gente não tá pedindo esmola, tá exigindo o que é nosso por direito", dispara João Santos, coordenador da Frente Nacional Antirracista. E ele tem razão — afinal, pagamos impostos desde o pão nosso de cada dia até o celular que usamos pra trabalhar.

O recado tá dado. Agora é esperar pra ver se os políticos vão continuar fazendo vista grossa ou se finalmente vão botar a mão na massa. Porque enquanto isso, a conta continua chegando — e adivinha só quem paga a parte mais salgada?