Greta Thunberg e Ativista Brasileiro Embarcem em Missão Humanitária Audaciosa Rumo a Gaza
Greta Thunberg e brasileiro em missão humanitária a Gaza

Não é todo dia que se vê uma sueca de fama global e um corajoso brasileiro no mesmo barco — literalmente. Mas eis que a realidade supera qualquer ficção. Greta Thunberg, aquela mesma que colocou o clima na boca do mundo, e Vitor Góis, um brasileiro de fibra, embarcaram juntos numa jornada marítima que é, ao mesmo tempo, um protesto silencioso e um grito de socorro.

A partida aconteceu de Istambul, na quinta-feira. O clima? Uma mistura pesada de determinação e apreensão. A missão deles, organizada pela Freedom Flotilla Coalition, é uma das mais perigosas e necessárias dos últimos tempos: furar o bloqueio naval imposto a Gaza e entregar, pessoalmente, toneladas de suprimentos médicos e alimentos para uma população à beira do colapso humanitário.

Um Brasileiro no Olho do Furacão

Vitor, um paraibano de 33 anos que hoje milita no Rio, não é novato em missões complicadas. Já esteve na Ucrânia e na fronteira da Polônia, mas admite: “Esta é diferente. A tensão é palpável, mas a causa não poderia ser mais justa.” Sua fala, capturada pouco antes do embarque, revela a urgência da situação. Ele descreve um cenário dantesco em Gaza, onde hospitais viram escombros e a fome é usada como arma de guerra.

E o que eles levam? Não é pouco. Os porões dos navios estão abarrotados de equipamentos médicos de grande porte, coisa que simplesmente não consegue entrar por terra. Máquinas de raio-X, geradores, remédios de alto custo. Coisas que salvam vidas, mas que burocracias e bloqueios insistem em trancafear do lado de fora.

Os Riscos São Reais. Muito Reais.

Ninguém ali está com ilusões. A frota anterior, lembra-se?, foi atacada pela marinha israelense em 2010. Resultou em nove ativistas mortos. Uma tragédia que ainda ecoa. Desta vez, os organizadores juram que a missão é estritamente pacífica e humanitária. Mas, convenhamos, navegar em águas sob controle militar é como caminhar sobre uma corda bamba. Um passo em falso, uma interpretação errada, e tudo pode desmoronar.

Greta, sempre direta, não se fez de rogada. Através de suas redes sociais, ela foi clara: “Não vamos nos curvar à intimidação. A comunidade internacional não pode mais fechar os olhos para este cerceamento brutal dos direitos humanos.” Sua presença, inquestionavelmente, joga um holofote global sobre a empreitada.

Enquanto os navios cortam as águas do Mediterrâneo, o mundo prende a respiração. O que vai acontecer quando eles se aproximarem da zona de exclusão? Será que a pressão internacional será suficiente para garantir uma passagem segura? Ou testemunharemos outro capítulo trágico nesse conflito interminável?

Uma coisa é certa: a coragem dessa gente comum fazendo coisas extraordinárias nos lembra de um velho ditado. Às vezes, o mar não separa. Ele une. E é justamente por isso que essa travessia importa.