Ela mal conseguia segurar o celular, mas a vontade de viver era mais forte. Na madrugada de segunda-feira, por volta das 2h30, uma mulher de 35 anos transformou seu próprio corpo em prova viva da violência que assola o Rio. Baleada na região abdominal, ela teve a presença de espírito – ou talvez o desespero puro – de gravar um vídeo enquanto esperava por socorro.
«Estou sangrando muito», dizia a voz trêmula, quase um sussurro rouco. «Por favor, me ajudem». As imagens, que circulariam depois nas redes sociais, mostravam o cenário desolador: uma residência na Rua São José Operário, em Curicica, e uma vítima consciente, mas claramente em estado grave.
Quem seria capaz de fazer isso? A pergunta ecoa no bairro tranquilo da Zona Oeste, que acordou com o barulho de tiros e sirenes. Testemunhas relataram à polícia que ouviram disparos por volta daquela hora, seguidos por movimento incomum na rua.
O Socorro que Demorou a Chegar
Quando os bombeiros finalmente chegaram ao local, encontraram a cena que nenhum profissional quer ver: uma pessoa ferida, consciente, mas com o relógio biológico correndo contra. O socorro foi acionado, sim, mas nesses casos cada minuto parece uma eternidade – especialmente quando se está perdendo sangue.
Os paramédicos não perderam tempo. Fizeram os primeiros atendimentos ainda no local, estabilizando a vítima o máximo possível antes do transporte. O destino foi o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde a mulher foi levada às pressas.
As Perguntas que Ficam no Ar
O que realmente aconteceu naquela madrugada? A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu o caso, mas as peças do quebra-cabeça ainda estão espalhadas. A principal linha de investigação aponta para tentativa de assalto, mas ninguém confirmou nada oficialmente.
- A vítima estava sozinha em casa?
- Os assaltantes invadiram o imóvel?
- Houve troca de tiros ou foi um disparo único?
As respostas ainda estão por vir. Enquanto isso, o vídeo continua circulando – um testemunho digital de como a violência pode bater à porta de qualquer um, a qualquer hora.
O estado de saúde da mulher? Estável, segundo o último boletim médico. Mas «estável» depois de levar um tiro na barriga é um conceito relativo, não é mesmo? A recuperação promete ser longa, tanto física quanto psicologicamente.
