Era pra ser mais uma noite comum de trabalho, sabe? Jefferson Rodrigues, de 46 anos, pegou o carro pra fazer aquela correria de sempre – afinal, o sustento da família não espera. Motorista de aplicativo, conhecido na região por sua simpatia, não imaginava que esta seria sua última viagem.
Por volta das 22h30 de domingo (31), o silêncio da Rua Doutor João Braga, no bairro São Sebastião, foi quebrado por estampidos secos. Muitos. Quem ouviu até pensou em fogos, mas era de morte. Jefferson foi alvejado dentro do seu HB20, prata, placa de Leopoldina – a própria arma do seu ofício virou sua tumba.
A cena era de cortar o coração: o carro ficou estacionado ali, quieto, até que um morador desconfiou. Vidros fechados, motorista imóvel. Deu o alerta. A Polí Militar chegou e confirmou o pior: Jefferson já estava sem vida, com múltiplos perfurações de projétil no corpo. Nada de arrombamentos, nada de luta aparente. Execução pura, na calada da noite.
O Que Restou no Carro?
A perícia não encontrou o celular dele. Sumiu. Será que foi roubo? Ou alguém queria calá-lo pra sempre? A Polícia Civil assumiu o caso, mas até agora – zero prisões. Ninguém viu, ninguém sabe de nada. O clássico muro de silêncio que cerca crimes assim.
Leopoldina, cidade de 50 mil habitantes, não está acostumada com uma violência tão crua. O pessoal anda assustado. Quem dirige por aplicativo agora fica de olho no retrovisor, com medo de que cada corrida possa ser a última.
E Agora?
O corpo de Jefferson foi levado pro IML de Juiz de Fora. A família, arrasada, aguarda justiça – que parece distante. Enquanto isso, o que resta é a pergunta: até quando vidas serão interrompidas pela violência que insiste em assombrar até as cidades do interior?
Uma coisa é certa: a história de Jefferson não pode acabar assim. Alguém sabe de algo. Alguém sempre sabe.
