Não foi um dia qualquer no norte da Bahia. O sol escaldante de julho mal começava a esquentar o asfalto quando os primeiros tiros ecoaram — estampidos secos que cortaram o silêncio da manhã como faca em pano. Quando a poeira baixou, um homem jazia no chão, vítima de uma execução que deixou até os mais experientes policiais com aquele frio na espinha.
A cena? Digna de filme de Quentin Tarantino, mas sem aquele glamour hollywoodiano. Testemunhas contam que ouviram pelo menos oito disparos — "parecia rojão de São João, mas aí a gente viu o corpo", disse um comerciante que preferiu não se identificar. O medo, claro, fala mais alto.
O que se sabe até agora
Segundo fontes da delegacia regional:
- A vítima era um homem entre 30 e 35 anos
- Nenhum documento foi encontrado no local
- Os atiradores fugiram em uma motocicleta — aquela velha combinação que virou clichê do crime
Curiosamente (ou não), o crime ocorreu num bairro que vinha registrando queda nos índices de violência. Ironia cruel, diriam os poetas da periferia.
Reação da comunidade
Nas redes sociais, o burburinho foi imediato. De memes de mau gosto a protestos contra a ineficiência da segurança pública — o Brasil sabe bem esse script. Na pracinha onde ocorreu o crime, velas e flores murcham sob o sol baiano, enquanto dona Maria, 62 anos, vende cocada como se nada tivesse acontecido. "A vida continua, né moço?", filosofa ela, enquanto arruma as bandejas.
A polícia promete respostas (sempre prometem), mas os moradores já sabem: nas estatísticas oficiais, esse será apenas mais um número. Na vida real, porém, é aquele aperto no peito toda vez que uma moto passa acelerada.
