Alto Tietê: Crimes caem 45%, mas homicídios disparam 80% no 1º semestre de 2025
Crimes caem 45%, mas homicídios sobem 80% no Alto Tietê

Os números da violência no Alto Tietê pintam um quadro intrigante neste primeiro semestre de 2025. Enquanto os crimes em geral deram uma trégua — caindo quase pela metade —, os assassinatos resolveram fazer o caminho inverso, disparando como fogos de artifício em noite de São João.

Segundo os dados mais recentes, a região viu uma redução de 45% nos registros criminais entre janeiro e junho. Parece ótimo, não? Mas espere até ouvir o outro lado da moeda: os homicídios cresceram assustadores 80% no mesmo período. Algo está muito errado nessa equação.

O que explica essa contradição?

Especialistas em segurança — aqueles que vivem com a mão na massa — arriscam algumas teorias. Primeiro, o aumento da presença policial em áreas estratégicas pode ter desestimulado crimes menores, como furtos e roubos. Mas quando o assunto é homicídio... bem, aí a história muda de figura.

  • Disputas entre facções criminosas parecem ter esquentado
  • Reorganização do crime organizado na região
  • Falta de políticas sociais efetivas nas áreas mais vulneráveis

E não é só isso. Conversando com moradores antigos da região, você ouve histórias que nunca aparecem nas estatísticas. "Antes era medo de levar um celular, agora é medo de levar um tiro", desabafa uma comerciante de Mogi das Cruzes que prefere não se identificar — e quem pode culpá-la?

O retrato por cidade

Quando destrinchamos os números, a situação fica ainda mais complexa:

  1. Suzano: redução de 38% nos crimes, mas homicídios triplicaram
  2. Mogi das Cruzes: queda geral de 52%, porém assassinatos subiram 65%
  3. Poá: o menor aumento nos homicídios (22%), mas ainda assim preocupante

Os delegados da região — esses heróis anônimos — trabalham com a hipótese de que o aumento nas mortes violentas pode estar ligado a ajustes de contas no submundo do crime. Mas entre nós? Isso é apenas parte da história. A outra parte envolve falhas estruturais que vêm se arrastando há anos.

Enquanto isso, nas ruas, a população vive entre o alívio por poder andar mais tranquila durante o dia e o temor de que, a qualquer momento, a violência extrema possa bater à sua porta. Um paradoxo moderno que desafia as políticas de segurança pública.