PEC da Blindagem: Protestos tomam 7 capitais contra anistia e impunidade
Protestos contra PEC da Blindagem em 7 capitais

Não deu outra. Neste domingo, as principais avenidas de sete capitais brasileiras viraram palco de um descontentamento generalizado — e olha que não era pouco. A galera simplesmente cansou.

De São Paulo a Belém, passando por Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, milhares de pessoas levantaram faixas, cartazes e — o mais importante — a voz. O alvo? A famigerada PEC da Blindagem, aquela proposta que, se aprovada, pode perdoar dívidas de agentes políticos com a União. Sim, você leu certo: perdoar.

“Isso é um acinte!”

Não foram só militantes de esquerda ou apoiadores de algum partido específico. Tinha gente comum, muito gente comum. Aposentados, professores, estudantes, gente que trabalha de segunda a sexta e resolveu sacrificar o domingão do descanso para dizer que chega.

“Isso é um acinte!”, gritava uma senhora em São Paulo, segurando um cartaz feito à mão. “Enquanto a gente paga imposto em tudo, eles querem anistia?”. A pergunta, retórica e cheia de indignação, ecoou em coro.

Os números assustam

Segundo cálculos de entidades como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Anfip), a tal anistia pode custar aos cofres públicos nada menos que R$ 100 bilhões. Cem bilhões! Dinheiro que não vai para saúde, educação ou segurança.

E não para por aí: a PEC também dificulta a prisão de autoridades — mesmo após condenação em segunda instância. Um verdadeiro salvo-conduto para quem acha que pode tudo.

Vozes das ruas

Em Recife, um grupo de jovens improvisou um microfone aberto. “Não é sobre esquerda ou direita, é sobre decência”, disse um deles, sob aplausos. Em Belo Horizonte, uma passeata bloqueou a Afonso Pena por alguns minutos — sem violência, mas com muito barulho.

Os organizadores foram claros: partidos como PT, PSOL, PCdoB e Rede Sustentabilidade estiveram à frente, mas a adesão foi muito além das siglas. “A gente convocou, mas quem veio foi o povo”, comentou um coordenador do MTST, em São Paulo.

E o Congresso?

Enquanto isso, em Brasília, a proposta segue tramitando. Líderes governistas tentam acelerar a votação — dizem que é uma medida de “segurança jurídica”. Jurídica para quem, hein?

A oposição, por sua vez, promete resistência. E depois de um domingo como esse, fica claro: a rua também promete.

O recado foi dado. E alto.