Juiz de Fora em PÉ: Protesto histórico contra PEC da Blindagem e Anistia toma as ruas
Protesto em JF contra PEC da Blindagem reúne centenas

Não era sexta-feira comum no centro de Juiz de Fora. Enquanto o comércio fechava as portas, outra movimentação — dessa vez, política — ganhava força na Praça da Estação. De todos os cantos da Zona da Mata mineira, chegaram vozes que não pretendiam calar.

O motivo? Aquela proposta que tá dando o que falar: a PEC 100/2024, popularmente apelidada de "PEC da Blindagem" — ou, dependendo de quem você pergunta, "PEC da Impunidade". A coisa esquentou mesmo por volta das 18h, quando centenas de pessoas se reuniram carregando cartazes nada sutis.

«É muita cara de pau», soltou uma professora aposentada, que preferiu não identificar-se. «Primeiro a gente sofre com a pandemia, com a economia indo pro buraco, e agora isso? Querem passar a máquina de lavar em cima de processo político?»

O que diz a tal PEC — e por que tanta gente tá puta

Pra entender a revolta, é preciso mergulhar no texto — cheio de juridiquês, como sempre. A proposta em questão, de autoria do deputado federal Cabo Gilberto Silva, basicamente quer anistiar multas eleitorais e — aqui o buraco é mais embaixo — impedir que processos por improbidade administrativa prossigam caso o agente público já tenha sido absolvido criminalmente.

Traduzindo: se a Justiça Criminal não condenou, a Civil também não poderia punir. O que, convenhamos, é no mínimo polêmico. Dois pesos, duas medidas? Muita gente na praça achou que sim.

Não à toa, os cartazes vinham com frases de efeito: "Não à anistia para corruptos", "Blindagem não, é impeachment!", e um especialmente criativo: "Minha mãe me ensinou a lavar roupa, não político".

Um protesto plural — e cheio de caras conhecidas

Não eram apenas cidadãos comuns. Entre a multidão, davam as caras figuras políticas locais — como o ex-vereador Sérgio Moreira (PDT) — e representantes de entidades classistas, como a Associação dos Servidores da Justiça.

«A gente não pode aceitar», disparou Moreira, microfone na mão e voz firme. «Isso é um acinte à moralidade pública, um desrespeito com quem paga imposto direito todo mês.»

Do lado de fora do coreto, um grupo de jovens estudantes segurava uma faixa enorme. «Não vou herdar dívida, nem impunidade», lia-se em letras garrafais. A geração Z, aparentemente, também entendeu a gravidade do jogo.

E aí, vai pra frente?

A verdade é que ninguém sabe — mas o clima de preocupação é real. A PEC ainda precisa ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado. Enquanto isso, protestos como o de Juiz de Fora devem pipocar pelo Brasil.

Será que as ruas vão influenciar o Congresso? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: na terra dos Mandu's, pelo menos, o recado foi dado — e alto.

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