
Era mais um dia comum em Havana — ou pelo menos parecia ser. Até que Marta Elena Feitó, ministra do Trabalho de Cuba, soltou uma bomba: segundo ela, não existem mendigos na ilha. Apenas "gente disfarçada".
Não deu outra. A declaração, feita durante uma entrevista coletiva, pegou mal. Muito mal. Nas redes sociais, a chuva de críticas foi tão intensa que, em menos de 48 horas, Feitó já estava fora do governo.
O que exatamente ela disse?
"Em Cuba não há mendigos", afirmou a ministra, com uma convicção que deixou até os jornalistas mais experientes de queixo caído. "O que há são pessoas que se disfarçam para pedir dinheiro."
O problema? Qualquer turista que já pisou em Havana — ou mesmo os próprios cubanos — sabe que a realidade é bem diferente. Basta dar uma volta pelo Malecón para ver dezenas de pessoas dormindo ao relento.
As consequências
O estrago foi rápido. Nas redes, os memes não perdoaram:
- "Ministra descobre que pobreza existe e pede demissão"
- "Em Cuba não há mendigos, só atores muito dedicados"
- "Próximo passo: dizer que o sol não existe"
O governo, é claro, tentou controlar os danos. Mas a pressão foi grande demais. Feitó acabou renunciando "por motivos pessoais" — segundo a versão oficial.
O outro lado da moeda
Alguns defensores do regime tentaram justificar: "Ela só quis dizer que o Estado oferece assistência". Só que... bem, todo mundo sabe que a crise econômica em Cuba está brava. Muito brava mesmo.
Faltam alimentos, remédios, até papel higiênico. E quando a situação aperta, será mesmo que as pessoas "se disfarçam" de pobres? Ou será que a pobreza — essa sim — não está disfarçada de nada?
Pensando bem, talvez a ministra tenha descoberto o que todo mundo já sabia, mas ninguém no governo queria admitir.