
Não foi um sábado qualquer na capital paulista. Longe disso. A Avenida Paulista, palco habitual de manifestações, testemunhou um daqules eventos que ficam marcados na memória da cidade – um verdadeiro mar de gente, bandeiras e cartazes, tudo calculado com precisão acadêmica.
E olha, os números são de cair o queixo! Um levantamento minucioso da Universidade de São Paulo (USP) atestou: 424 mil pessoas estiveram presentes no ápice do ato. Quase meia milhão de vozes! Uma demonstração de força popular que, convenhamos, não se via há muito tempo.
O Grito Unânime das Ruas
O que teria mobilizado tanta gente, num fim de semana que prometia sol? A resposta é clara e direta: uma rejeição fervorosa a dois projetos que tramitam no Congresso Nacional. A famigerada PEC da Blindagem – que, na prática, criaria uma espécie de escudo protetor para figuras políticas – e o igualmente controverso Projeto de Anistia, visto por muitos como um perdão para dívidas de grandes grupos.
Não era um protesto de um único grupo. Era um caldeirão. Estudantes, sindicalistas, movimentos sociais, famílias inteiras… uma mistura efervescente que transbordava pelas ruas laterais. O clima? Era de indignação, sim, mas também de uma certa esperança coletiva. Aquele sentimento raro de que, juntos, talvez possam mudar alguma coisa.
Por Trás dos Números: A Metodologia da USP
E como se conta uma multidão dessas? Chutômetro? Jamais. A USP não brinca em serviço. O método empregado foi técnico, combinando análise de imagens de satélite e de drones com algoritmos de densidade populacional. Basicamente, uma contagem científica, pixel por pixel, para chegar a um número que não deixa margem para dúvidas ou discussões inflamadas nas redes sociais.
Um pesquisador envolvido, que preferiu não se identificar, resumiu: "É a maior concentração do ano, disparado. Os dados são inequívocos." E isso diz muito.
E Agora, José?
A grande questão que fica pairando no ar paulistano, depois que a poeira baixou e a Paulista foi varrida, é: o Congresso vai ouvir? Será que um evento dessa magnitude, com um número tão incontestável, serve como um verdadeiro termômetro do descontentamento popular?
Alguns analistas já arriscam dizer que protestos assim têm um peso real, capaz de frear ou até alterar os rumos de projetos de lei. Outros são mais céticos. Mas uma coisa é certa: a população saiu do mundo virtual e foi para o asfalto mostrar, com os pés, sua opinião. E isso, em qualquer democracia que se preze, é um recado difícil de ignorar.