
Imagine a cena: três idosos — uma senhora de 76 anos e seus sogros, ambos com 96! — subitamente transformados em reféns dentro do próprio condomínio. Foi exatamente esse pesadelo que a família Bolsonaro viveu nesta sexta-feira (23), num daqueles episódios que fazem qualquer cidadão de bem ferver de indignação.
O ex-senador Flávio Bolsonaro não conteve a revolta ao relatar o assalto. "Fizeram minha mãe e meus avós de reféns", disparou ele, numa mistura de alívio por todos estarem vivos e daquela raiva característica de quem sabe que a violência urbana não poupa nem mesmo os mais vulneráveis.
O modus operandi? Triste e repetitivo. Dois criminosos armados invadiram o prédio na alameda das Sapucaias, na Barra — aquela região nobre que, convenhamos, anda parecendo cada vez menos imune à onda de crimes. Aproveitaram o momento em que a portaria estava vulnerável e agiram rápido.
Os minutos de terror
Os bandidos, segundo relatos, não estavam para brincadeira. Usaram os idosos como moeda de troca para acessar o apartamento da família. Um verdadeiro sequestro relâmpago, daqueles que deixam marcas psicológicas profundas. Michelle Bolsonaro, a ex-primeira-dama, não estava em casa no momento — um alívio, convenhamos.
E o que levaram? Joias, dinheiro… o tipo de butim que esses meliantes costumam buscar. Mas levaram também algo impossível de quantificar: a sensação de segurança, a paz de espírito de quem merecia estar curtindo a tranquilidade da melhor idade.
Repercussão e a (falta de) surpresa
Flávio, como não poderia deixar de ser, foi direto ao ponto: "A violência no Rio não escolhe vítima". E cá entre nós, ele tem toda a razão. Se nem uma família com exposição política fica imune, o que dizer do cidadão comum?
O caso chega às vésperas das eleições municipais — timing mais que perfeito para reacender o debate sobre segurança pública. Um tema que, diga-se de passagem, nunca deveria sair de pauta.
O Departamento Geral de Ações Socioeducativos (Degase) confirmou a informação através de sua assessoria. A Polícia Civil já iniciou as investigações para tentar identificar e capturar os responsáveis. Resta saber se dessa vez a justiça será ágil.
Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: até quando viveremos reféns do medo? Até quando idosos serão alvo de covardes com armas nas mãos? O Rio — e o Brasil — merecem respostas. E ações.