
O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, teria ameaçado prender o então presidente Jair Bolsonaro caso ele insistisse em medidas golpistas após as eleições de 2022. A revelação foi feita pelo coronel Marcelo Baptista Júnior em depoimento à CPI do 8 de Janeiro.
Segundo o militar, Freire Gomes deixou claro que as Forças Armadas não apoiariam qualquer tentativa de interrupção do processo democrático. "Ele disse que, se Bolsonaro insistisse no golpe, seria preso", afirmou Baptista Júnior aos parlamentares.
Contexto político explosivo
O depoimento traz novos elementos sobre o tenso período pós-eleição, quando Bolsonaro se recusou a reconhecer a vitória de Lula. Freire Gomes, que comandou o Exército entre 2021 e 2022, já havia demonstrado publicamente seu compromisso com a Constituição.
Os relatos indicam que:
- Havia forte pressão de bolsonaristas sobre os militares
- O Exército se manteve alinhado às instituições democráticas
- Ameaças de prisão seriam a resposta a qualquer medida extralegal
Impacto na CPI do 8 de Janeiro
O testemunho de Baptista Júnior reforça a tese de que Bolsonaro planejava permanecer no poder contrariando os resultados eleitorais. A comissão parlamentar investiga os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília.
"Essas revelações mostram que havia um plano em andamento e que apenas a resistência institucional impediu um desfecho diferente", analisou um dos integrantes da CPI.