
Não é todo dia que a justiça argentina dá um golpe tão duro na elite política. Cristina Kirchner, a ex-presidente que já foi considerada intocável, agora enfrenta uma das maiores condenações por corrupção na história do país — e olha que a Argentina já viu cada coisa...
A corte federal decidiu que Cristina e seu ex-ministro de Obras Públicas, Julio De Vido, devem pagar mais de US$ 500 milhões por envolvimento num esquema de desvio de verbas públicas durante seu governo. O caso? Obras superfaturadas na patagônica província de Santa Cruz, terra natal dos Kirchner.
O jogo virou
Quem diria que a 'rainha do peronismo' — conhecida por seu discurso anti-imperialista e retórica populista — seria pega com as mãos na massa (ou melhor, no cofre público). A sentença de 6 anos de prisão já havia sido anulada por sua imunidade como vice-presidente, mas essa multa bilionária? Essa vai doer no bolso.
Detalhe curioso: os juízes consideraram que os crimes foram cometidos "de forma organizada e sistemática" entre 2003 e 2015. Traduzindo: durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner. Coincidência? A justiça diz que não.
E os empresários?
Ah, não poderiam ficar de fora! Lázaro Báez — aquele magnata das construções que surgiu do nada — e outros 12 empresários também foram condenados. Juntos, formavam o que os argentinos chamam de "La Rosadita", o círculo íntimo que lucrava com obras públicas.
- Báez: 10 anos de prisão e multa de US$ 150 milhões
- Empresários do grupo Austral: condenações entre 3 e 8 anos
- De Vido: 6 anos de prisão (novamente) e multa milionária
E tem mais — a justiça determinou o confisco de bens. Aquele jatinho? A coleção de relógios de ouro? Tudo pode ser leiloado para pagar a dívida com o Estado.
E agora, Cristina?
Ainda respira, mas com dificuldade. Sua base política já não é o que era, e essa condenação — mesmo que ela apele — mancha de vez sua imagem. Nas redes, os memes já circulam: "Antes pediam 'Volta, Néstor!', agora pedem 'Devolve, Cristina!'".
Enquanto isso, nas ruas de Buenos Aires, a reação é dividida:
- Os kirchneristas falam em "perseguição política" e juram que ela é inocente
- Os opositores comemoram como se fosse título da Copa: "Finalmente!"
- E o cidadão comum? Cético. Afinal, na Argentina, ver políticos ricos sendo punidos é quase como avistar um unicórnio.
Uma coisa é certa: essa história ainda vai render muitos capítulos. Cristina já anunciou que recorrerá — claro — e promete transformar o caso em bandeira eleitoral. Será que cola? Em tempos de crise econômica, até seu carisma tem limites.