
Não deu outra. Assim que a notícia da operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro estourou, as redes sociais viraram um verdadeiro barril de pólvora. Entre memes sarcásticos, defesas ferrenhas e críticas ácidas, o assunto dominou os trending topics por horas — e olha que nem era quarta-feira.
De repente, todo mundo virou especialista em direito penal. Juristas de boteco (aqueles que nunca abriram um Código Penal na vida) saíram do armário para dar pitacos. Nas threads do X (antigo Twitter), os ânimos chegaram a temperaturas tropicais — e olha que estamos no outono.
Os dois lados da moeda digital
De um lado, os apoiadores do ex-presidente. Esses usaram criatividade digna de Oscar para criar teorias: "Golpe!", "Perseguição política!", "A esquerda não nos deixa em paz!". Até carta psicografada do além deve ter aparecido por aí.
Do outro, os opositores. Esses celebraram como se fosse final de Copa do Mundo. Alguns exageraram na dose — porque no Brasil ou é 8 ou 80, nuance que é bom, nada.
Os memes, é claro, não decepcionaram
Desde montagens com o Bolsonaro na cadeia (algo totalmente prematuro, diga-se) até comparações com operações anteriores. Teve até quem resgatou aquele vídeo antigo dele falando sobre "bandido bom é bandido morto" — ironia é uma arte que o brasileiro domina como ninguém.
No TikTok, a galera mais jovem tratou o assunto com um humor ácido que deixaria até os comediantes de stand-up com inveja. Já no Instagram, os stories se dividiam entre "justiça sendo feita" e "absurdo total".
Os especialistas de plantão
Todo mundo sabe que redes sociais transformam qualquer um em especialista. Desta vez não foi diferente:
- Advogados digitais (que nunca pisaram num fórum) explicando minúcias processuais
- Cientistas políticos de buteco analisando "o futuro da democracia"
- Até economistas amadores prevendo o impacto na bolsa de valores
O que mais chamou atenção? A velocidade com que surgiram análises aprofundadas sobre um caso que mal havia começado. Parece que alguns já tinham o roteiro pronto na gaveta, só esperando a hora H.
E os veículos de comunicação?
Aí a coisa ficou interessante. Cada portal reportou a notícia com nuances diferentes — alguns com manchetes bombásticas, outros com cautela jurídica. Nas redes dos próprios veículos, os comentários viraram campo de batalha ideológica.
Curiosamente, até perfis que normalmente não falam de política entraram na discussão. Influenciador de fitness opinando sobre processo penal? Normalíssimo no Brasil de 2024.
No final das contas, uma coisa ficou clara: quando o assunto é Bolsonaro, o país não sabe ser indiferente. E as redes sociais são o espelho — muitas vezes distorcido — dessa paixão que beira o esporte nacional.