
Não deu outra. A insatisfação popular explodiu neste sábado (21) em Boa Vista, transformando a Praça do Centro Cívico num caldeirão de protestos. O motivo? Duas propostas que estão tirando o sono de muita gente: a PEC da Blindagem e o projeto de anistia a débitos tributários. A galera foi pra rua e o recado foi claro: não vamos passar a mão na cabeça de quem sempre levou vantagem.
Pouco depois das 16h, o clima já estava esquentando. Um grupo heterogêneo – sindicalistas, estudantes, professores, gente comum com a bandeira do Brasil na mão – começou a se aglomerar, armado de cartazes criativos e um megafone. Os ânimos, digamos, não estavam nada mornos.
O que tá pegando: os alvos da revolta
A primeira pedra no sapato é a PEC 5/2025, a tal da PEC da Blindagem. Essa, meus amigos, é pesada. Ela basicamente quer tornar ministros de Estado e o próprio Presidente da República virtualmente intocáveis pela Justiça. Imaginem só: crimes comuns, cometidos durante o mandato, só poderiam ser julgados depois do término do exercício do cargo. Conveniente demais, não?
Já o segundo alvo é o PL 5.082/2025, que prevê anistia de até 100% para débitos tributários de pessoas físicas e jurídicas. Na prática, é um perdão generalizado para dívidas antigas com a União. A galera lá no protesto não engoliu essa. «É um benefício escancarado para os ricos, enquanto o povo se aperta», gritava uma professora, segurando a placa com as mãos trêmulas de indignação.
O desabafo de quem foi pra rua
«A gente já vive num país de impunidade. Agora querem institucionalizar a blindagem? Não dá!», disparou Marcos, servidor público, suando sob o sol forte de Roraima. A fala dele ecoou entre a multidão, que respondia com palmas e buzinas de carro – porque sim, até o trânsito ali na Avenida Capitão Júlio Bezerra parou pra ver o rebuliço.
Não foi um protesto daqueles gigantescos, não. Mas a intensidade… ah, a intensidade compensou. Uns 200, talvez 300 manifestantes, mas cada um com a força de dez. A energia era contagiante, daquelas que faz você acreditar que, talvez, a pressão popular ainda possa mudar alguma coisa.
E olha, o timing não poderia ser mais simbólico: o ato aconteceu justamente quando o Congresso Nacional discute essas matérias lá em Brasília. Coincidência? Acho que não. Foi um aviso sonoro, direto do Norte do país.
O que vai acontecer agora? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: o povo de Boa Vista mostrou que está de olho. E não vai aceitar quieto qualquer manobra que cheire a privilégio ou injustiça. O recado foi dado, e alto.