
O clima no Supremo Tribunal Federal está pesado, pra dizer o mínimo. Augusto Heleno, aquele general de cara fechada que foi ministro de Bolsonaro, agora encara um julgamento que pode mudar tudo. E não é pouca coisa não – tão acusando o homem de ter participado de uma trama golpista.
Pois é, a coisa é séria mesmo. O processo corre em segredo de justiça, mas já vazou que as acusações giram em torno de reuniões que teriam acontecido no Palácio da Alvorada. Na mesa? Supostos planos para fechar o Congresso e o STF. Coisa de filme, mas é a nossa realidade.
O que diz a defesa?
Aí é que a coisa fica interessante. Os advogados dele não estão nem aí – metem o pé na porta e gritam aos quatro ventos que não existe uma única prova concreta. Nada. Zero. Absolutamente nada que ligue Heleno a qualquer tentativa de golpe.
Eles argumentam, com certa razão até, que o processo se baseia principalmente em delações e mensagens de WhatsApp. Coisa frágil, sabe? Do tipo que não se sustenta sozinha. "Ausência total de materialidade", foi o termo técnico que usaram. No português claro: tão inventando coisa.
Os detalhes que preocupam
O ministro Alexandre de Moraes, que não é exatamente conhecido por sua paciência com supostos golpistas, está com as rédeas do caso. E olha, ele não parece muito convencido pelos argumentos da defesa.
As tais reuniões no Alvorada teriam acontecido entre novembro e dezembro de 2022 – bem naquela fase tensa pós-eleição, quando o clima no país estava esquentando. Heleno, como ministro do Gabinete de Segurança Institucional, estava no olho do furacão. Mas será que estava mesmo metido em coisa errada?
A defesa jura que não. Diz que ele sempre agiu dentro da lei e que qualquer conversa sobre intervenção era meramente hipotética. "Discussões acadêmicas", chamam eles. Só que no Brasil pós-8 de janeiro, ninguém mais engole essa história de "conversinha inocente".
O que esperar?
Bom, o julgamento segue e ninguém arrisca palpite. O STF anda dividido entre os que querem fazer exemplos e os que preferem cautela. De um lado, a necessidade de mostrar que tentativas de golpe não serão toleradas. Do outro, o risco de criminalizar meras discussões políticas – por mais estapafúrdias que pareçam.
Uma coisa é certa: o resultado desse caso vai ecoar por anos. Se condenado, Heleno vira o primeiro general de alta patente a ser punido por suposto envolvimento golpista. Se absolvido, muitos vão gritar sobre perseguição política.
Enquanto isso, o país segura a respiração. Mais um capítulo na nossa história conturbada – esperamos que não seja um daqueles que a gente vai lamentar no futuro.