
Era madrugada quando as chamas devoraram — sem piedade — mais de uma dúzia de ônibus que levam estudantes às salas de aula em Bom Conselho, no agreste de Pernambuco. O cheiro de queimado ainda pairava no ar quando os peritos chegaram, e o veredito foi direto: não foi acidente.
"Tem dedo humano nisso aqui", resmungou um bombeiro, esfregando a fuligem das mãos enquanto apontava para marcas suspeitas nos pneus. O que era para ser apenas mais um dia de transporte escolar virou cenário de crime. E olha que a cidade não é exatamente um barril de pólvora — mas alguém resolveu acender o pavio.
Detalhes que não fecham
Os veículos estavam estacionados no pátio da secretaria de educação quando o fogo começou. Testemunhas afirmam ter ouvido estrondos antes das labaredas, coisa de filme de ação mesmo. E tem mais: três pontos de ignição diferentes. Coincidência? A polícia ri dessa ideia.
"Quando você vê um padrão assim, organizado, é porque querem mandar recado", comenta um delegado que prefere não se identificar. O prejuízo? Calculado em milhões — mas o custo real será sentido nas próximas semanas, quando crianças ficarem sem transporte.
Reações em cadeia
- Prefeitura declarou estado de emergência no transporte escolar
- Pais protestaram em frente à câmara municipal — "isso é covardia", gritava uma mãe
- Governo do Estado prometeu enviar frota temporária
Enquanto isso, nas redes sociais, teorias pipocam mais rápido que o fogo se alastrou. Desde briga política até vingança por demissões recentes. A polícia, é claro, não confirma nada — mas também não descarta nada. "Temos linhas de investigação promissoras", diz o porta-voz, num daqueles jargões que não dizem nada mas soam importantes.
O que resta agora é a pergunta que não quer calar: quem ganharia com o caos na educação de Bom Conselho? Alguém tem a resposta — e não está contando.