Guarda de carros é detido com drogas e acusado de coação em Salvador — veja os detalhes
Flanelinha preso por tráfico e coação em Salvador

Era um dia comum no movimentado centro de Salvador — até que a rotina de um suposto "vigia não-oficial" de carros virou de cabeça para baixo. O tal "flanelinha", como são popularmente conhecidos esses personagens urbanos, acabou algemado depois que uma revista da PM achou mais do que ele prometia guardar.

Segundo fontes da delegacia, o indivíduo — cujo nome não foi divulgado — não se limitava a "cuidar" dos veículos. Aos 32 anos, ele acumulava duas acusações pesadas: além de portar uma quantidade suspeita de crack e maconha, estaria coagindo motoristas a pagarem por um "serviço" que muitos nem pediram.

Como tudo aconteceu?

Parecia mais uma abordagem de rotina perto do Comércio, área conhecida pelo vai-e-vem de carros. Mas quando os policiais revistaram o mochila do suspeito, a história mudou de figura. Lá estavam:

  • 13 pedras de crack (que em linguagem policial chamam de "munichões")
  • 5 porções de maconha prontas para venda
  • R$ 237 em notas miúdas — dinheiro que, suspeitam, vinha do tráfico ou da extorsão

"O cidadão tentou argumentar que a droga era para uso próprio", contou um delegado que pediu anonimato. "Mas a quantidade e a embalagem deixavam claro que era tráfico mesmo — e dos pequenos, que abastecem o vício na região."

O lado sujo da "proteção"

Pior que a droga, talvez, fosse a tática de intimidação. Vários testemunhas relataram que o acusado:

  1. Se aproximava de carros estacionados fingindo oferecer proteção
  2. Pedia valores entre R$ 5 e R$ 20 — "para não acontecer nada"
  3. Fazia ameaças veladas quando os donos se recusavam a pagar

Não é a primeira vez que esse tipo de caso aparece na capital baiana. Só no primeiro semestre, a PM já prendeu 7 "flanelinhas" por crimes similares — mistura de falsa vigilância com atividades ilícitas.

O sujeito agora responde por dois artigos do Código Penal: posse de drogas para tráfico (que pode render até 15 anos) e constrangimento ilegal (até 2 anos de cadeia). Enquanto isso, moradores da região torcem para que a operação sirva de exemplo.

"Tem que limpar essa zona", comentou uma vendedora ambulante que não quis se identificar. "Ou a gente paga duas vezes: pro flanelinha e pro ladrão."