
Era um dia comum em Salvador, sol a pino e o trânsito caótico de sempre, quando a situação descambou para o absurdo. Na Avenida Sete, um daqueles personagens urbanos que todo motorista teme — o flanelinha — resolveu fazer seu próprio preço. Não contente em cobrar os míseros R$ 2 ou R$ 4 que costumam rolar por aí, o homem tentou impor uma taxa de R$ 50. Sim, cinquenta reais! Quase um assalto à luz do dia.
O motorista, pasmo com a exigência, não engoliu a história. Em vez de pagar calado — como muitos fazem —, decidiu agir. Liga pra polícia? Liga. E não é que a PM chegou rápido? O flanelinha, ainda armado com sua tabela de preços surreal, foi detido no local. A situação, que parecia cena de filme, virou caso de polícia de verdade.
E olha só que curioso: a prática, embora comum, é ilegal. Flanelinhas não têm autorização para cobrar por estacionamento em vias públicas. É importante lembrar disso. Muita gente paga por medo, por desconhecimento ou só pra evitar confusão. Mas a lei não ampara essa cobrança. Pelo contrário.
O que diz a lei?
De acordo com o artigo 168 do Código Penal, isso se enquadra em extorsão. Sim, extorsão! Quando alguém exige valor advantageado mediante ameaça velada — como riscar o carro, furar pneu ou criar caso —, a coisa fica feia. E foi exatamente o que aconteceu ali, no coração de Salvador.
O cidadão foi levado pra delegacia e agora responde por crime de extorsão. A polícia divulgou que ele já tinha passagem pela Justiça — surpresa? Nenhuma. A prática, infelizmente, é recorrente e costuma ser exercida por pessoas que já estão no radar da criminalidade.
E como se proteger?
- Nunca aceite cobranças abusivas.
- Não discuta — chame a polícia imediatamente.
- Filme ou grave a situação, se possível (sem confronto).
- Denuncie através dos canais oficiais, como a própria PM ou a Secretaria de Segurança Pública.
É isso. A cidade está cansada de abusos. E casos como esse mostram que, com atitude, a gente pode mudar as coisas — ou pelo menos não ser feito de trouxa. Salvador merece melhor, né?