Do viral ao cárcere: a saga de Hytalo, de influencer a detento na Paraíba
De viral a detento: a saga de Hytalo na PB

Lembram daquele vídeo? Aquele que explodiu nas redes, com um tal de Hytalo fazendo graça — ou melhor, uma confusão danada — com o mega-influencer Felca? Pois é. A vida prega umas reviravoltas que, às vezes, nem roteirista de novela consegue imaginar. O que começou como um momento de fama efêmera nas redes sociais descambou para algo muito mais sério, muito mais sombrio.

E o final — pelo menos até agora — não foi nada feliz. Na verdade, foi atrás das grades.

Da tela do celular para a cela: como tudo desandou

Hytalo Henrique Silva de Lima. O nome pode não dizer muita coisa, mas a cara, depois daquele episódio, ficou conhecida. Tudo aconteceu em pleno Carnaval de João Pessoa. A zoeira com Felca — que, diga-se de passagem, não achou a menor graça — foi só o estopim. O que se seguiu foi uma sucessão de decisões ruins que levaram o jovem de 22 anos para um lugar bem distante dos holofletes: o Complexo Penitenciário de Segurança Máxima de Serra do Talhada, no interior de Pernambuco.

Não foi uma viagem turística, claro. Foi uma transferência sob escolta, daquelas que marcam a vida de um homem. O motivo? Dizem as más línguas — e, no caso, os documentos oficiais — que foi por questões de segurança. A fama repentina, parece, pode ser uma faca de dois gumes. E no sistema prisional, onde a hierarquia é brutal, um personagem viral pode se tornar um alvo.

A ordem dos fatos: uma linha do tempo turbulenta

Vamos tentar colocar ordem na casa, porque a história é cheia de idas e vindas:

  • Fevereiro, Carnaval: Hytalo cruza com Felca, a zoeira rola solta, o vídeo vira pólvora na internet. A internet divide-se entre quem riu e quem achou um absurdo.
  • 14 de Agosto: Eis que o nosso "protagonista" é preso. O motivo? Homicídio qualificado. A acusação é pesada: ele teria sido o autor de um disparo de arma de fogo que matou um homem, lá em abril, no bairro do Geisel. A vida já tinha descarrilado há tempos, aparentemente.
  • Prisão Preventiva: A Justiça não titubeou. Decretou a prisão preventiva. Nada de pagar fiança e ir para casa esperar o julgamento. Foi direto para a cadeia.
  • Fuga e Recaptura: Só que aí, num daqueles episódios que parecem filme B, Hytalo consegue escapar. A fuga foi durante uma audiência custodiada, no Fórum de João Pessoa. O tempo de liberdade? Quase nada. Menos de 24 horas depois, a Polícia Militar já o havia recapturado. Game over.
  • Transferência: Com a fuga fracassada, o risco foi considerado altíssimo. A solução encontrada pelas autoridades foi tirálo de circulação em solo paraibano. No último dia 27, ele embarcou — sem escolha, é claro — em um veículo do Departamento de Execução Penal (DEP) com destino a Serra do Talhada.

E assim, num piscar de olhos, a trajetória de Hytalo mudou do humor duvidoso para o drama carcerário. A fama de cinco minutos na internet custou caro, e o preço foi a liberdade.

O que esperar do futuro?

Bom, agora ele responde ao processo pela morte de José Jó da Silva, o homem de 39 anos que foi vítima do tal disparo. O caso está sob a batuta da 1ª Vara do Crime Doloso contra a Vida da Capital. É uma sepa que, convenhamos, não brinca em serviço.

Enquanto isso, nas redes sociais, o caso esfriou. Os memes deram lugar ao silêncio. A lição que fica? Às vezes, buscar os quinze minutos de fama pode te custar décadas de vida. Hytalo quis ser viral, mas acabou foi virando estatística no sistema penal.

E a pergunta que não quer calar: será que ele tinha noção de que aquela palhaçaria no Carnaval ia desencadear toda essa sequência catastrófica? Difícil dizer. O que importa é que, agora, o barato saiu caro. Muito caro.