
Eis que a paisagem tranquila de Santos, na Baixada Santista, foi violentamente interrompida por uma cena digna de filme policial. Um automóvel completamente carbonizado – não restava praticamente nada – foi encontrado na manhã desta segunda-feira (15), e as circunstâncias são tão sombrias quanto o estado do veículo.
Parece coisa de roteiro, mas é a pura realidade: as primeiras investigações apontam que este carro, um Honda Fit de cor prata, estaria diretamente ligado ao atentado covarde contra a vida do delegado Ruy Ferraz Fontes, que aconteceu no último sábado (13). A investida contra o policial, que felizmente sobreviveu, já era grave. Agora, a descoberta deste carro torrado adiciona uma camada densa de mistério e urgência ao caso.
Onde tudo aconteceu? Na Rua Doutor Arthur Porchat de Assis, no emblemático bairro do Embaré. Moradores da região, ainda assustados, foram os primeiros a avistar a fumaça e alertar as autoridades. Chegando ao local, os peritos do Instituto de Criminalística se depararam com um cenário de destruição total. O fogo foi tão intenso – ou tão bem planejado – que praticamente obliterou qualquer evidência física dentro do carro. Um trabalho meticuloso de análise vai ser necessário.
Os Detalhes que não Passam Despercebidos
O modus operandi é clássico, mas não menos eficaz para criminosos: queimar o veículo usado num crime para eliminar provas digitais, biológicas e qualquer vestígio que possa levar até os executores. A placa do carro? Irreconhecível. O número do chassi? Uma missão quase impossível de se recuperar. A Polícia Civil, no entanto, não baixa a guarda. Eles trabalham com a forte convicção de que este era o carro utilizado no momento do ataque.
Imagens de câmeras de segurança da região estão sendo vasculhadas com lupa pela equipe do Delegado Geral da Polícia Civil, Helder Zanin. Cada frame, cada movimento suspeito nas proximidades do local do incêndio está sendo analisado. A ordem é clara: identificar não só quem ateou fogo ao carro, mas principalmente, quem estava ao volante durante o atentado.
Um Quebra-Cabeças que Aos Poucos se Monta
O ataque ao delegado Ruy Ferraz Fontes não foi um evento aleatório. Longe disso. As investigações iniciais já tratam o caso como uma retaliação direta, uma resposta às operações de combate ao crime organizado que o delegado tem liderado na região. A Baixada Santista, sabe-se, é palco de intensas disputas entre facções, e agentes da lei que fazem seu trabalho com eficiência acabam na mira.
O que esperar agora? A pressão é grande. A Polícia Civil, o Ministério Público e as demais forças de segurança estão mobilizadas. A sensação é que os autores queriam enviar uma mensagem de medo, mas a resposta que terão será uma de força e investigação implacável. A população espera por respostas, e a justiça precisa ser feita.
Enquanto os peritos trabalham nos últimos detalhes do veículo incendiado, a pergunta que fica no ar é: será que os criminosos subestimaram a capacidade de investigação da polícia? Só o tempo – e um bom trabalho de detetive – dirão.