Era pra ser mais um dia comum no bairro Perpétuo Socorro, em Macapá. Mas o que dois adolescentes carregavam consigo transformou a rotina daquela tarde de segunda-feira em um episódio digno de série policial.
Por volta das 15h, olhos atentos da Polícia Civil já seguiam os passos dos jovens – que, diga-se de passagem, pareciam carregar algo mais pesado que simples preocupações juvenis. A abordagem foi rápida, precisa, e o que encontraram deixou até os agentes mais experientes com aquela sensação de "mais um capítulo nessa guerra sem fim contra as drogas".
Duzentas porções de cocaína. Sim, você leu certo. Duzentas porções individuais da substância, prontas para alimentar o vício de dezenas – quiçá centenas – de pessoas. Uma descoberta que vai muito além de números: representa famílias que podem ser destruídas, vidas que podem ser interrompidas precocemente.
O que acontece depois da apreensão?
Os dois adolescentes, cujas identidades obviamente foram preservadas (afinal, estamos falando de menores de idade), foram levados para a delegacia. O procedimento padrão nesses casos? Aplicação de medidas socioeducativas, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Mas aqui vai um ponto que me faz coçar a cabeça: será que apenas apreender a droga e levar os jovens para a delegacia resolve mesmo o problema? Ou estamos apenas enxugando gelo enquanto a torneira continua aberta? Perguntas que ficam no ar, como a poeira que se levanta após uma operação como essa.
O delegado Danilo Ribeiro, que coordenou a ação, foi direto ao ponto: "Essa apreensão representa um golpe significativo no fornecimento de drogas na região". Palavras que soam bem, é verdade, mas que também nos fazem pensar na quantidade que deve escapar por entre os dedos das autoridades todos os dias.
Um retrato de um problema maior
Operações como essa em Macapá não são exatamente novidade – infelizmente. E me pergunto: o que leva adolescentes a se envolverem com tráfico de drogas? Falta de oportunidade? Coação? Busca por aceitação? Provavelmente um mix perigoso de todos esses fatores.
Enquanto isso, a população do Perpétuo Socorro segue sua vida, entre a gratidão pela ação policial e a preocupação com o que pode estar escondido atrás da porta ao lado. Porque é assim: cada apreensão é uma vitória, mas também um lembrete de que a guerra está longe de terminar.
E os adolescentes? Bem, eles agora enfrentam as consequências de suas escolhas – mas também representam um sintoma de algo muito maior que precisa ser urgentemente addressado. Porque apreender drogas é importante, mas prevenir que jovens entrem nesse mundo é fundamental.
