
Era uma estratégia que parecia saída de um roteiro de filme policial — mas a realidade, como sempre, supera a ficção. Num galpão aparentemente comum em Brasília, a Polícia Civil encontrou o que ninguém esperaria: micro-ondas que não esquentavam comida, mas sim o mercado do tráfico.
Segundo investigadores, os aparelhos — desses que todo mundo tem em casa — eram modificados para transportar drogas entre estados. "Parecia coisa de série americana", confessou um dos agentes, ainda surpreso com a criatividade criminosa.
O esquema
O suspeito, um homem de 32 anos (que já tinha passagem pela polícia), recebia as encomendas "especiais". Cada micro-ondas — sim, aqueles inofensivos eletrodomésticos — escondia pacotes cuidadosamente embalados de cocaína e maconha.
Detalhe que chocou até os mais experientes:
- As caixas pareciam vir direto da loja, lacradas e tudo
- Nada de marcas suspeitas ou adulterações visíveis
- Até o manual de instruções estava lá, como se fosse um produto legítimo
"Quem desconfiaria?", questionou um morador da região, que preferiu não se identificar. "Todo mundo compra esses eletrodomésticos."
A queda
Tudo começou a desmoronar quando uma denúncia anônima chegou às autoridades. Dois meses de investigação — com direito a escutas e vigilância discreta — revelaram o esquema.
Na ação, apreenderam:
- 15 micro-ondas "especiais"
- Mais de 20 kg de drogas
- Dinheiro em espécie e anotações do suposto negócio
O suspeito, é claro, tentou fugir. Mas não teve a mesma eficiência dos seus eletrodomésticos camuflados. Foi preso em flagrante e agora responde por tráfico interestadual — crime que pode render até 15 anos de cadeia.
E pensar que, enquanto isso, micro-ondas inocentes aquecem o jantar de famílias Brasil afora... A diferença está no que — ou quem — esquenta por dentro.