
A tarde de domingo na Serra, que prometia ser tranquila, se transformou num pesadelo digno de filme de ação. Só que essa trama era real, e o cenário foi o bairro de Feu Rosa. Por volta das 15h, a rotina foi quebrada por rajadas de fuzil que ecoaram pelas ruas, deixando todos de cabelo em pé.
O que aconteceu de fato? Dois criminosos, com uma audácia de dar medo, invadiram uma casa particular. Eles não estavam interessados nos moradores, pelo menos não diretamente. O alvo era o carro estacionado na garagem. Usando o veículo do cidadão como se fosse deles, os bandidos se esconderam dentro e partiram para o ataque contra um integrante de uma facção rival. A cena foi rápida, violenta e calculada.
Uma estratégia ousada que deu certo (para os criminosos)
Imagina a cena: você está na sua casa, no seu domingo de descanso, e de repente sua propriedade vira base de operação de uma guerra entre facções. Foi mais ou menos isso. A polícia acredita que a dupla já sabia exatamente onde o rival estaria. Usar o carro de um morador foi uma jogada de mestre da parte deles – uma camuflagem perfeita para se aproximarem sem levantar suspeitas até o último segundo.
Os tiros, vários deles, foram efetuados com um fuzil. A vítima, atingida, conseguiu fugir do local a pé antes que a situação piorasse ainda mais. Quem viu, ficou com o coração na mão. O barulho do fuzil ecoando é algo que ninguém esquece fácil.
E o morador? O verdadeiro refém da situação
Agora, pensa no dono do carro. O cidadão comum, que provavelmente trabalha a semana toda e só quer paz no final de semana. De repente, se vê no meio de um conflito que não é seu. A casa invadida, o bem material usado como instrumento de crime... e o trauma, esse fica. Ele não sofreu agressões físicas, disseram as autoridades, mas a psicológica é certa. Ficou para trás, assustado e com a sensação de vulnerabilidade que uma situação dessas causa.
Os PMs do 8º Batalhão correram para o local assim que o barulho começou, mas, como era de se esperar, os atiradores já tinham evaporado. Sumiram sem deixar rastro. A perícia técnica foi acionada para examinar a cena do crime e tentar encontrar evidências que possam levar até os executores.
O que mais preocupa, para ser sincero, é a frieza. O planejamento. Não foi um crime passional, um assalto que deu errado. Foi uma execução planejada, com direito a invasão de domicílio e uso de um veículo de um inocente como ferramenta. A guerra pelo controle das áreas não dá trégua na Grande Vitória, e métodos como esse mostram um nível de ousadia que assusta qualquer um.
Até agora, não há informações sobre a identidade da vítima ou seu estado de saúde. A investigação está só no começo, mas uma coisa é certa: a população espera por respostas e, principalmente, por uma sensação de segurança que parece cada vez mais distante.